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Mostrando postagens de abril, 2013

POUCA COISA

  Não quero número de leitores no meu blog, basta que você o leia. Você sabe, perfeitamente, que não sei me expressar oralmente por receio, talvez medo ou vergonha. Só a escrita me facilita tudo, nunca consigo, com ela, ficar mudo, da forma como fico quando te vejo. É por isso, só por isso, que não me interessa número de leitores no meu blog, basta-me saber do teu acesso... Todas as palavras que ali ficam escritas, refletem o pensamento que sinto e que não sei falar.

NOVAS DESCOBERTAS

Poderão dizer: ficou louco esse “cara”, mas a verdade é que com a mudança para Florianópolis acabei realizando um dos grandes sonhos: ficar perto dos aviões. A minha primeira viagem de avião foi a muito tempo, de Paranavaí a Querência do Norte. Foi de teco teco que levou vinte minutos para fazer o trajeto. Se fosse medroso nunca mais teria viajado de avião. Balançava o tempo todo e senti momentos de medo. O Mario Silvestrim foi meu companheiro de viagem. Estávamos a uma semana hospedados num hotel em Paranavaí porque as estradas haviam acabado e as pontes carregadas pelas enchentes. Já sem dinheiro o negócio foi ir por ar. O avião, depois, se tornou até comum na minha vida, mas a paixão por eles continuou. Muitas vezes, em Curitiba, eu ia até o Afonso Pena ver as aeronaves pousarem e decolarem. Achava aquilo fascinante. Pois aqui em Florianópolis, no Campeche, estou na rota dos aviões. Eles chegam e passam baixinho. Enormes todos, silenciosos uns, barulhentos outros. Dá p

LIBERDADE

Depois que eles deixaram seus ninhos vazios, a sensação de presença aumentou nos nossos pensamentos. São imagens que se criaram, idealizando cenas pela falta da presença material. Essa capacidade que o ser humano tem, de tornar presente o que está longe, imaginar figuras quando ouve vozes, saber se está bem apenas pela tonalidade dos sons, ou sentir que está amargurado, pelo timbre da voz. Deixá-los voar, porque precisam exercitar as faculdades de suas asas. Perderão muitas penas, terão ferimentos, mas as cicatrizes devem reformulá-los tornando-os aptos para a vida. Muito mais experiências e novas penas a orientá-los e a protegê-los.

LIÇÃO

Ao longo da praia do Campeche, logo cedo, os pescadores estão presentes na busca de pequenos peixes que, quando aprisionados, são colocados numa espécie de embornal preso às costas. São homens calejados, queimados pelo sol, que conhecem as águas e o local dos peixes. Jogam a tarrafa com uma facilidade impressionante. Ela cai sempre aberta numa circunferência de uns cinco metros. Não parecem muito sociais. Entregam-se ao trabalho de pegar peixes e ignoram quem passa. Dia desses passei rente a um deles e arrisquei: - Já saiu a misturinha? Não obtive resposta. Continuou no seu trabalho de joga tarrafa, puxa tarrafa, pacientemente, quase sempre sem nada. Aquele seu silêncio intrigou-me. Não estava a fim de conversar com estranho, deduzi. A conversa poderia espantar os peixes, talvez. Ontem, em minha costumeira caminhada, aproximei-me de outro pescador que fazia o mesmo trabalho. Falei: - Os peixes estão bonzinhos hoje? - Nada, rapaz, nada. O dia não é para o pescador. A

A TROCA

Dia 11 de abril de 2013 carregamos nossa mudança em Curitiba e, à noite, chegamos a Florianópolis.  Um trânsito infernal atrasou o descarregamento que só ocorreu no dia seguinte. Dormimos no apartamento de nossa filha e logo cedo rumamos para o Campeche - lugar da nova morada - à Rua Revoar das Gaivotas. Chegamos antes que o caminhão. Fazia um vento terrível e chuvoso. Vento sul - diziam os moradores com quem falávamos - acostumados e indiferentes. Estávamos emocionados e até angustiados. Uma nova cidade, uma casa nova, um lugar completamente diferente daqueles todos que havíamos morado. Fuga do barulho, da agitação. Quando se chega a certa idade não adianta querer competir com os que vêm, razão que nos motivou essa decisão. O descarregamento de nossas coisas foi tranquilo e rápido. Havíamos feito uma detalhada seleção do que viria. Interessante: vamos estocando durante o tempo objetos que não servem para mais nada, mas que têm um valor histórico e emocional muito grande!

O ABANDONO CONTINUA

No dia 18/03/2013, eu comentava a situação de abandono que se encontrava a Praça dos Menonitas, no Boqueirão.  Pois, até hoje, 08/04/2013, nada foi feito para acabar com o  matagal e a sujeira  daquele local público.