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Mostrando postagens de fevereiro, 2014

PRESENTE E FUTURO

Florianópolis vive ainda a euforia da temporada de praias lotadas. O calor e o sol têm contribuído para isso. O movimento já caiu em relação ao final de 2013 e começo de 2014, mas ainda podemos ver muitos turistas, principalmente gaúchos, argentinos e uruguaios. A falta de água assustou todos os que aqui estiveram para passar as festas de natal e ano novo. A maioria ficou revoltada e sem entender a razão disso. Muitos teceram duras críticas e disseram que jamais voltarão. Não admitem que num período de lazer e férias sejam obrigados a enfrentar falta de água e aconselhados a economizá-la ou lançar mão da água superfaturada dos caminhões pipas. As falhas da CASAN – sem dúvida a empresa pública catarinense mais ineficiente - foi o foco da ira e das críticas. O encontro que a FIFA acaba de realizar no Costão do Santinho - para onde trouxe representantes das seleções que participarão da Copa de 2014, no Brasil -, deixou os investidores de Florianópolis eufóricos; perplexos, os man

BUSCANDO SOLUÇÕES

Não era um ambiente agradável, nem alegre; muito menos desejado, mas havia muita gente esperançosa. Eram mais de cem pessoas. Mais idosos que jovens. Pouca conversa. Quase nenhum riso. Pairava no ar um clima de apreensão e expectativa. Ao chegarem, todos retiravam aS suas senhas e perambulando pelo vasto recinto aguardavam o momento de serem chamados. Disputavam lugares para sentar, porque as cadeiras eram poucas. Todos ali estavam à procura de soluções para os seus problemas. Tanto os acompanhantes, quanto os pacientes demonstravam igual desejo. Uma doença só, presente em quase todos. Fizeram um lugar só para cuidar disso. Jovens, na flor da idade, possuindo milhares de sonhos, mas temendo não conseguir realizá-los. Velhos já no fim da vida alimentando esperanças de mais alguns anos.  Ninguém quer abandonar a vida. Por que será que a vida é tão desejada e tão usada? Há dúvidas no que virá depois dela. Ninguém dos que estão ali ainda perdeu a esperança, mas a cura de s

ELA TIROU UNS DIAS

Faz quinze dias que ela saiu. Não houve briga. Não é separação. Resolveu apenas visitar a mãe que disse estar doente. A princípio ele não achou nada errado. Até concordou que fosse. Entendia que os velhos precisam ser cuidados pelos mais novos. Seria a oportunidade para conviver com uma experiência nova. Viver uns dias sem a mulher de vinte anos de convivência. Foi um experimento interessante, mas ela o enganou. Disse que ficaria quinze dias e já se passavam trinta. A saúde da mãe havia se agravado, justificou.   Ele, nesses dias, acumulou uma série de experiências. Algumas boas, outras ruins. Todas pedagógicas. No começo até achou bom ela ter ido. Não precisava ficar aspirando aquela fumaça asquerosa que havia passado pelo pulmão dela e agora vinha fazer uma segunda filtragem no seu.   Mas ficou órfão totalmente. Não tinha mais a marmita que ela fazia para lhe oferecer aquela comida caseira que tanto gostava. Acabou a janta sempre tentadora. O pão novo e quente do café da m

CONQUISTA

Nunca foi perfeito, mas com o andar do tempo se operaram milagres:  Perdeu o medo, esvaiu-se a vergonha, foram-se os segredos. Já não importa o que os outros pensam, não busca aplausos, nem reconhecimentos. Passa o tempo a contar seus causos E na tranquilidade.  procura a liberdade. Pensa o que quer, fala o que sente, realiza o que deseja. Direito de ser alegre e de ser triste, de escolher o seu caminho, de dormir, de acordar, sentar-se e tomar seu vinho.    Não apresenta mais os boletins. Acabaram-se os julgamentos, e as notas boas, e também as ruins, sumiram dos seus apontamentos. Busca as suas avaliações. Não caça reconhecimentos. A que ponto chegou...! Livre... independente... Pouco interessam trajes bonitos, prefere os largos e confortáveis, meras máscaras, artefatos que ocultam e não embelezam. Pressão doze por sete, controladas as emoções, nunca  antes teve isso: Velho coração em equilíbrio, nas s

REMANESCENTES

Senti que estava sendo observado. Sentada a minha frente, ela lançava olhares observadores, mas se mantinha silenciosa. Parecia querer um raio xis, lançando olhares fortes e risos que se confundiam no final da boca. Há muitos anos velhos conhecidos, estranhei tanta observação.  Não suportei seu  silêncio que já estava constrangedor. - Diga o que tens para falar? - Nem queria falar achando, que pudesse deixá-lo triste. - A curiosidade é muito mais triste que o silêncio. Débora, minha velha amiga, começou: Disse-me que dias desses entregou-se à nostalgia. Numa tarde chuvosa e sem nada para fazer, começou a rever velhas fotografias que mantinha guardadas quase no esquecimento.  Numa das tantas, já até envelhecida e descorada, disse ter me encontrado na companhia de antigos colegas. Eram velhos amigos retratados ali: o Rui, o Eduardo, o Carlos, o Antônio e o Mário. Observou aquela foto detalhadamente. Lembrou-se de todos: de quanto foram alegres, das coisas que fizeram, dos