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Mostrando postagens de fevereiro, 2013

UM LANÇAMENTO ESTRONDOSO: ARGO

Acabo de ler o livro Argo, de Antonio Mendes & Matt Baglio, gentilmente emprestado pelo casal amigo de Nova Friburgo-RJ, João e Solange. Lançamento da Editora Intrínseca. Um livro com relatos fortes e crus, conta o desenrolar dos fatos que culminam com a libertação de seis americanos fugidos da Embaixada dos Estados Unidos, em Teerã, tomada pelos adeptos do regime que se estabelecia e estavam escondidos na Embaixada do Canadá. O agente da CIA e autor do livro, Antonio Mendes, monta um plano mirabolante para retirar do Irã essas pessoas. Eles são disfarçados de atores e integrantes de uma equipe de artistas de Hollywood. F alsificam-se passaportes, documentos, fotografias e são meticulosamente estudados os movimentos dos soldados que vigiam o embarque dos passageiros no aeroporto de Mehrabad, na capital iraniana, para que a fuga não dê errada.   O trabalho precisa ser meticuloso, pois todos estão conscientes de que se esses diplomatas forem pegos pelo regime do Aiatolá Khome

O JARDIM DA FRENTE

- Ta ficando bonito...!         São pessoas da vizinhança que passam pela rua e mesmo sem qualquer intimidade comentam o trabalho que faço. Quinzenalmente, nas manhãs de sábados, dedico-me a organizar o jardim que criei em parte da calçada de minha rua. - Ta ficando bonito! É outra pessoa elogiando meu trabalho. Sou meticuloso. Meço para não ficar torto e a tesoura vai tirando os excessos. Não sei nem o nome desses arbustos, mas eles são usados para formar cercas verdes pelas pessoas que apreciam a natureza. - O senhor recebe alguma coisa para fazer esse trabalho? Pergunta-me uma mocinha de uns treze, catorze anos, parando ao meu lado. - Recebo, respondo automaticamente, descansando a tesoura e observando a jovem que parece curiosa. - Não sabia que a prefeitura paga para fazer os jardins em frente das casas. O senhor mora aí? Aponta minha casa. Os outros parecem que não precisam ganhar dinheiro, indicando o restante da calçada inteiramente sem árvores e descuidada. - Não

DEPOIS DE BENTO XVI

  A renúncia do Papa pegou o mundo de surpresa. Claro que não os que convivem nos salões e aposentos do Vaticano, estes já esperavam e,  provavelmente,  fizeram de tudo para que isso acontecesse.   Enganam-se os católicos mais devotos pensando que dentro da Igreja Católica não existe disputa. Existe e sempre existiu. Disputas históricas como a que culminou com a eleição e imediata morte de João Paulo I (Albino Luciani), só para lembrar um fato recente e até hoje não explicado. Essas, muitas vezes, ferem os princípios por Ela própria defendidos. Os adeptos de Ratzinger – numa análise rápida e superficial - terão que concordar que o reinado de Bento XVI foi muito tímido e com grandes debandadas de adeptos. No Brasil, o número de católicos caiu e o de evangélicos aumentou. Talvez, em consequência da agitação vivida no reinado de João Paulo II. o Alemão não conseguiu imprimir o mesmo ritmo do Polonês. Tem-se a impressão que o Papa demissionário não

ATITUDE INOVADORA

Recebo notícias vindas da minha querida cidade de Querência do Norte: o prefeito Carlão, recém empossado, está desenvolvendo um trabalho inédito no município: nos finais de semana reúne pessoas e sai pelas ruas da cidade realizando mutirões para limpeza das vias públicas.   A equipe também está fazendo a recuperação e pintura de prédios públicos, sempre sobre sua coordenação.   Essa atitude está reunindo adeptos e críticos. Muitos apoiam seu trabalho, outros entendem-no como demagógico.   Coisas da política: a unanimidade inexiste.

SERVIÇO MEIA BOCA

Curitiba, no final da gestão passada, era uma cidade suja. Sarjetas tomadas pelo mato, ruas abandonadas, parques e praças em estado lastimável. Infelizmente é o que sempre acontece quando o prefeito eleito é de partido contrário daquele que está findando seu mandato. Mas a sujeira e desordem deixadas pelo anterior demoraram  para começarem a ser eliminadas. Só começaram lá pro final de janeiro. Na praça onde faço minhas caminhadas a grama cresceu mais de trinta centímetros. Os galhos caídos das árvores ficaram muito tempo ali expostos. Os arbustos e flores quase desapareceram pelo descuido. Recentemente chegaram os cortadores de grama. Vão deixar a praça bonita, pensei.   Fizeram o serviço de corte, mas esqueceram de recolher as folhas, que secaram e apodreceram ali, e, ao contrário do que imaginei,  a praça ficou mais feia. Há uns três dias, outra turma veio fazer a poda dos arbustos, roseiras e flores em pleno verão, e também os galhos e folhas secam e apodrecem a

DISPUTA DURA

Sem dúvida, o Brasil vive um período conturbado de sua política. Teve prosseguimento e acentuou-se com a eleição da nova mesa da Câmara dos Deputados. A Constituição parece não ser suficiente para esclarecer as dúvidas ou determinar o divisor de águas. Na disputa já iniciada a algum tempo entre os Deputados e o Poder Judiciário, difícil dizer quem está com a razão. Seja um ou seja o outro, quem vem sendo prejudicado é o Todo. Ambos os lados estão gastando tempo com acusações e defesas. Ambos sentem-se feridos em seus orgulhos particulares. O interessante, contudo, foi que no início dos trabalhos, em Brasília, quem mais chamou atenção, não foram os Presidente das Casas, mas o Presidente do Supremo, Joaquim Barbosa. A razão para que os políticos ficassem relegados a um segundo plano, parece ser simples e perfeitamente entendível: Joaquim Barbosa não possui denúncias de corrupção sobre seus ombros. Demonstra seriedade e tem um passado limpo, coisa que não parece existir nos outr

GREVE DE FOME?

Transcrevo abaixo, na sua íntegra, matéria do Blog do Esmael. O tema é tão complexo e a situação quase hilariante. Leia e pense.   "Os 21 vereadores empossados na Câmara de Colombo, município na região metropolitana de Curitiba, não viram a cor do primeiro salário, no último dia 25 de janeiro. Os parlamentares colombenses e seus assessores – são dois por gabinete – estariam matando cachorro a grito, revelou ao blog um pastor evangélico. “Eles estão pensando até em fazer greve de fome”, disse o religioso, que foi procurado por uma comissão de vereadores. Eu explico essa nova confusão em Colombo. A juíza Letícia Portes, da comarca local, atendendo uma ação popular, reduziu de 21 para 13 vereadores na Câmara. Isso porque, de acordo com a decisão judicial, a votação que elevou o número de cadeiras no legislativo estava cheio de irregularidades insanáveis. Mesmo assim, o juiz eleitoral da cidade, Luiz Fernando Keppen, resolveu diplomar e a Câmara empossou a moçada. No entant

SALVE BONIFÁCIO

O amigo chegou e disse ao colega de trabalho que o pagamento fora suspenso por falta de lastros financeiros na empresa. Essa suspensão do salário dos funcionários comprovava que as coisas não andavam muito boas por lá.     Ocorre que Bonifácio havia programado uma viagem para os dias de carnaval e só estava aguardando o dinheiro do mês chegar para fazer o pagamento e pegar o navio. Seria uma viagem daquelas que sempre havia sonhado! Cara por certo, excedendo às suas reservas financeiras, mas com um pouco de economia e sacrifício poderia ser feita, concluiu.   Ouviu a notícia e ficou calado. Não contava com aquele contratempo. Naquela situação, para garantir a viagem, teria que viabilizar uma forma.   Recolheu-se à sua mesa de trabalho e passou a fazer contas. Constatou -, após certo tempo de somas e arrancões de cabelos -, que não dispunha do valor. Além disso, seria necessário viabilizar um empréstimo para cobrir o cheque que dera para ser descontado naquele di

POR PARTES OU NO TODO

Sempre foi assim: para que se resolvam os problemas existentes, é necessário que haja um escândalo, uma catástrofe; que se desça ao fundo do poço. Para se tentar resolver a situação de boates, casas norturnas, locais de shows, etc., etc., parece ter sido necessário a morte de 235 pessoas. Após a catástrofe, o Brasil inteiro divulga as movimentações para fiscalizar o funcionamento dessas casas. Será como uma caça às bruxas. Os afixionados desse divertimento vão ter que esperar, pois muitos e muitos locais serão fechados, podem ter certeza. Descobrirão tudo, divulgarão a podridão do mundo noturno, as armadilhas que são essas casas. E a população, perplexa, elogiará o trabalho da fiscalização.   Mas, para que isso acontecesse, foram necessários 235 mortes de uma só vez. Foram necessários centenas e centenas de queimados, inutilizados e intoxicados nos leitos dos hospitais gaúchos, entre a vida e a morte. Requereu-se movimentações e passeatas da população nas ruas.