UM LANÇAMENTO ESTRONDOSO: ARGO
Acabo de ler o livro Argo, de Antonio
Mendes & Matt Baglio, gentilmente emprestado pelo casal amigo de Nova Friburgo-RJ, João e Solange. Lançamento da Editora Intrínseca.
Um livro com relatos fortes e
crus, conta o desenrolar dos fatos que culminam com a libertação de seis
americanos fugidos da Embaixada dos Estados Unidos, em Teerã, tomada pelos adeptos
do regime que se estabelecia e estavam escondidos na Embaixada do Canadá.
O agente da CIA e autor do
livro, Antonio Mendes, monta um plano mirabolante para retirar do Irã essas
pessoas. Eles são disfarçados de atores e integrantes de uma equipe de artistas
de Hollywood. Falsificam-se passaportes,
documentos, fotografias e são meticulosamente estudados os movimentos dos
soldados que vigiam o embarque dos passageiros no aeroporto de Mehrabad, na
capital iraniana, para que a fuga não dê errada.
O trabalho precisa ser meticuloso,
pois todos estão conscientes de que se esses diplomatas forem pegos pelo regime
do Aiatolá Khomeini, serão acusados de espiões e sumariamente condenados à morte. Descreve uma atitude corajosa, detalhada e consciente de que ocorrendo
erros tudo estará perdido.
Mas o fato que mais chama
atenção na leitura desse livro é a maneira como os Estados Unidos encara o
trabalho de espionagem que a CIA desenvolve em todos os lugares do mundo. A sua
presença constante e inescrupulosa em todos os países, em especial nos mais
importantes do planeta.
Um simples mortal como eu não
imagina a renhida disputa existente entre os Estados poderosos. Tudo é
fiscalizado, tudo se procura descobrir e de uma forma sempre silenciosa e sem
escrúpulos.
Para conseguirem realizar esse
trabalho gastam-se somas estrondosas, não há meio termos, o mal e o bem são
confundidos, o certo e o errado andam juntos. Constituem-se instrumentos utilizados
sem qualquer drama de consciência. Atos cruéis são praticados onde a vida do
outro pouco interessa, vale a vitória e o sucesso americano.
Um livro interessante, que
prende o leitor e que foi submetido ao crivo da CIA antes de ser publicado, mas
que pouco tem a ver com os princípios da ética e da moral. Não são observados
os meios para se atingir os fins.
Destaque para a esperteza e
preocupação com mostrar o americano e o canadense como um povo culto e inteligente;
o russo uma raça a ser combatida e derrotada,
o iraniano um amontoado de gente bárbara, cheia de ódio e perseguidora.
Um livro a ser lido com
critérios.
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