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Mostrando postagens de julho, 2011

INCIDENTE

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O homem foi acordado com as arranhadas insistentes do cãozinho na porta do seu quarto. Tão pequeno ele e fraco que nem conseguia latir. Precisava avisar seu dono de que algo estranho estava acontecendo. Bairro tomado pelo silêncio naquela madrugada fria. Depois de incontáveis arranhadas, ele acabou acordando. Ainda dominado pelo sono, concluiu que havia alguma coisa de anormal. O cão era um dorminhoco e jamais havia tido um procedimento desses. Espreguiçou-se tentando acordar. Jogou as cobertas para um lado e ficou na escuta. Pensou ligar a luz do quarto, mas teve prudência. O cão enfiou-se por entre suas pernas, quando abriu a porta, balançando o rabo e lamuriando. Expiou com cuidado para o lado de fora. Havia alguém dentro do carro e o portão da garagem estava aberto. Tinha certeza de que deixara tudo como recomenda a segurança. Cadeados postos. Concluiu que estava sendo roubado. A arma estava no lugar de sempre, num canto do quarto, protegida das crianças. Decidiu que o ladrão ia m

LAMENTAÇÃO

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Pergunto o que faremos sem a Amy, que abdicou da vida assim tão cedo, mas que com vinte e sete anos sabia coisas que um sessentão não sabe. Que faremos sem a Amy? E eu também respondo: Sem a Amy o mundo será menos sozinho. Não choro pela Amy, nem rego seu túmulo com bebidas, Amy tão menina, Amy cocaína, Amy tão menina, Amy heroína...!

PROBLEMA DE SEGURANÇA

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Abro a Gazeta do Povo de hoje, (24/07/11) e a manchete de capa diz: "No Paraná, 70% têm mais medo do que há cinco anos." A falta de segurança se tornou o problema mais importante na preocupação do paranaense. Essa falta de segurança não está apenas estampada no curitibano,  nem só no morador da região metropolitana. O Estado todo vem sendo vítima da falta de segurança. Recebo notícias de minha pequena cidade de Querência do Norte - lá bem no noroeste - e me informam que roubos  acontecem quase todos os dias por lá. Nem pensar deixar o carro estacionado com os vidros abertos e chave na ignição, como se fazia há tempos passados! Voltando para a capital, uma entrevistada da Gazeta do Povo, Carla Werner, diz: "A pessoa fica presa, tem muito menos liberdade. Não pode mais ir ao lugar que quiser, no horário que quiser." Já o advogado Carlos Alberto Martins, que se mudou de São Paulo para Curitiba em busca de segurança, assim se manifesta: "Antes era muito menos viol

OFERECIMENTO

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Sinto no teu coração mágoas profundas, sofrimentos intensos e mal cuidados, que ali se instalaram no passado. Ofereço-te um tratamento, para ser aplicado no presente. capaz de curar teu sofrimento e então viver intensamente.

FAZENDO AS CONTAS

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Há tempos Raul sofria com os seus dentes. Uma herança que veio de berço, resultado de ter nascido numa família pobre, sem recursos financeiros para pagar um dentista, diziam alguns. Mas outros afirmavam que ele era um desdentado porque havia frequentado muito os dentistas na sua infância. Duas teses que acabam se encontrando no final do caminho e com idênticos resultados. Na sua época de menino deixava-se os dentes apodrecer, passava-se muitas e muitas noites enfrentando dores quase insuportáveis. As inflamações dentárias inchavam as bochechas. Os dentes inflamados latejavam e como remédio mais comum recebiam doses de cachaça ou de álcool, depositadas na boca para que amortecessem anestesiando tudo. Os dentes eram tratados com remédios caseiros e, muitas vezes, extraídos em casa mesmo. Uma linha resistente enlaçava cuidadosamente o causador das dores, e num puxão firme ele era retirado, acabando com todos os sofrimentos e dores. Por outro lado, aqueles que conseguiam ir a um dentista

PARABÉNS AO T.R.E. DO PARANÁ

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Hoje fui fazer a minha transferência de domicílio eleitoral e já aproveitei para realizar a Biometria - Recadastramento Biométrico dos Eleitores de Curitiba. Desde quando me mudei para Curitiba, em 1997, sempre mantive  meu título na cidade de Querência do Norte. Depois de tanto tempo,  resolvi tranferi-lo. Surpreendeu-me a rapidez, a eficiência e o excelente atendimento desenvolvido no Tribunal Regional Eleitoral do Paraná. Poderão dizer que isso não é verdade, porque estamos tão acostumados à filas e burocracias que nos surprende o trabalho ali desenvolvido. A pessoa recebe uma senha na chegada e em questão de alguns  minutos é chamada. A clientela são aos milhares. São 200 funcionários que trabalham sem parar. Atendem de uma maneira tão agradável e simpática que parece não estarmos num "órgão público", sempre cheio de funcionários "marrentos". Parabéns a Gisele, da cabina 28, que me atendeu. Fiz a transferência e a Biometria em menos de cinco minutos. Quase n

FRASES QUE MARCARAM

1. REVISTA VEJA - "É uma pena perder o ministro Palocci nesse governo, pelas qualidades que ele tem." (Gleisi Hoffmann - que batalhou pela demissão de Palocci e assumiu seu lugar na Casa Civil). - "Não sei com quem eu vou casar, mas, seja com mulher ou com homem, eu terei direitos iguais." (Marina Lima, cantora e compositora carioca, em entrevista ao porta iG, fazendo humor com aaprovação da união civil entre pessoas do mesmo sexo). 2. REVISTA ÉPOCA - "Toca o celular às 6h10, a moça diz: 'É da rádio tal! É o assessor de imprensa da Ministra Gleisi?' Claro que não, minha senhora, a esta hora da manhã?" (Paulo Bernardo, marido da ministra da Casa Civil, Gleisi Hoffmann). - " Não senti nada. Quer dizer, senti aquele dedo entrando e vi que ele tinha umas unhas grandes. 'Po, Zé! Que unão, hein?'" (Jair Bolsonaro, deputado federal - sobre o primeiro exame de próstata, em entrevisa à revista Playboy). - "Toda a maconha consu

GRAVADA

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Agora que tua imagem memorizou-se no meu consciente, e não gasto mais tempo para recriá-la, tenho mais horas disponíveis, para admirá-la.
Branco, honesto, contribuinte, eleitor, hetero... Pra quê? Ives Gandra da Silva Martins* Hoje, tenho eu a impressão de que o "cidadão comum e branco" é agressivamente discriminado pelas autoridades e pela legislação infraconstitucional, a favor de outros cidadãos, desde que sejam índios, afrodescendentes, homossexuais ou se autodeclarem pertencentes a minorias submetidas a possíveis preconceitos. Assim é que, se um branco, um índio e um afrodescendente tiverem a mesma nota em um vestibular, pouco acima da linha de corte para ingresso nas Universidades e as vagas forem limitadas, o branco será excluído, de imediato, a favor de um deles! Em igualdade de condições, o branco é um cidadão inferior e deve ser discriminado, apesar da Lei Maior. Os índios, que, pela Constituição (art. 231), só deveriam ter direito às terras que ocupassem em 5 de outubro de 1988, por lei infraconstitucional passaram a ter direito a terras que ocuparam no passado. Menos de meio milhão de índios b

CURITIBA MUDADA

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Está indo por terra aquela ideia que todos tinham de que Curitiba era uma cidade maravilhosa, a cidade sorriso, a cidade mais europeia da América Latina, a cidade encantada onde todos sonhavam morar. A enorme mídia que manteve e divulgou essas ideias não está mais conseguindo sustentar a situação. Está acabando derrubada pelos fatos que acontecem no dia-a-dia. Curitiba não é mais nada disso que tanto se falou. Curitiba hoje é uma cidade violenta, dominada pelo tráfico, pelos crimes, assaltos e que já não consegue conservar aquilo que conquistou no passado. Causou-me espanto o estudo publicado na Gazeta do Povo de que a nossa capital está quatro vezes mais violenta que São Paulo e duas vezes mais violenta que Porto Alegre. Mas os acontecimentos do dia-a-dia mostram mesmo a situação criada. Os ônibus estão cheios de ladrões e assaltantes, que saqueiam e apavoram passageiros; quando a noite se aproxima é necessário se recolher e colocar fechaduras extras porque se isso não for feito

MONOTONIA

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Existem pessoas que são loucas e você entende e até aceita que sejam loucas. Vamos mais nos aprofundando e entendendo a "louquice" à medida que passamos a conviver com ela, ou com aquele ou aquela que carrega esses distúrbios. Pois aqui bem a minha frente -  nessa passarela privilegiada que fica lá embaixo e que há mais de três anos desfruto -  passa constantemente gente com as mais variadas características. Gente bonita, gente feia, crianças, jovens, idosos; a maior parte pessoas normais. A movimentação nunca para. Às vezes diminui, às vezes aumenta. Sobem ou descem pessoas sozinhas, em grupos, silenciosos, abraçados, correndo, gesticulando, aflitos e desinteressados. Todos, no meu entendimento, com os seus objetivos. Uns se percebe que passeiam, outros apressados vão caminhando céleres. Há semanas passando por ali, acabou despertando-me a atenção uma pessoa. Deduzi que este sim estava tomado pela doidice. Dedução precipitada? Não sei, mas fazer o que está fazendo, não é

ARTIMANHAS

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Senta-se no canto daquela sala e curvando-se esconde a face entre as duas mãos feito conchas. Contorce-se formando rugas pelo rosto, Deixa evidente pelos lábios os sinais da dor. - Não está bem – pergunta sua companheira de trabalho. - Voltou a enxaqueca – responde suplicando compaixão. Droga, quando ela chega logo cedo, o dia será longo! A outra não responde. Pega do balde, sabão, um pano úmido e parte para realizar suas tarefas. Seria bom que os chefes a vissem ali naquele fingimento – pensa consigo. A gente a fazer tudo direito, não faltar ao serviço, nunca ficar doente e cadê a valorização! Ninguém vê nem valoriza o trabalho feito todos os dias, enquanto ela passa o tempo daquele jeito, implorando compaixão! Bem que podia chamar a fiscal para que visse aquela cena, mas tem medo que fazendo isso a chefe possa se enervar e mandar a outra embora. Restaria uma tarefa dobrada. Por causa dessas atitudes, suas companheiras de trabalho não acreditavam mais nas palavras que Ester dizia.

LINO

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Recebeu este nome por causa de um conhecido antigo chamado Laudelino. Laudelino era uma boa pessoa, mas todo desconjuntado. Trôpego, andava com dificuldade e enxergava pouco. Nunca mais o vi. Nem sei se está vivo. Mas inspirado neste nome veio o Lino. Nome abreviado para ficar mais fácil. Quando o ganhei de um amigo, não tinha nome. Era um ser sem qualquer atração, mas possuía um predicado, disse o doador: sabia cantar como ninguém. E era manso, bem mansinho. Só mais tarde fui descobrir o motivo de tanta mansidão. No começo fiquei apreensivo de estar com um passarinho que julguei ser selvagem, porém o doador me tranquilizou garantindo ter nascido em cativeiro e trouxe-me sua certidão de nascimento juntamente com um anel que pediu que colocasse na sua perna. O Lino passou muitos anos vivendo conosco. Durante esse tempo foi nossa alegria, distração e encantamento. Foi mudando de cor ao longo do período. Cada vez cantava mais depois que passava o período de troca de penas. Durante essa

AS COISAS ENGRENANDO

Governo Beto Richa tem valor recorde de caixa Sábado, 2 de Julho de 2011 – 12:25 hs (Blog do Fábio Campana) O corte nas despesas e a negociação de dívidas contribuíram para que os cofres do estado conseguissem valor recorde Rosana Félix da Gazeta do Povo Foto Arnaldo Alves/AENotícias A moratória do governo estadual terminou em abril, mas a gestão de Beto Richa (PSDB) está começando a engrenar somente agora. As licitações, que ficaram quase congeladas nos primeiros meses do ano, retornaram com força nas quatro últimas semanas. O corte nas despesas e a postergação de dívidas contribuíram para que o caixa ficasse positivo em valor recorde. Outro fator que deve facilitar as iniciativas da atual gestão é o apoio maciço da Assembleia – exemplo disso é a criação de duas supersecretarias estaduais, aprovada pelos deputados estaduais na semana passada pelo placar elástico de 38 votos a 6. O ritmo das compras públicas mostra bem como está o andamento do governo. Somando as quatro modalidades m