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Mostrando postagens de 2013

BRIGA DE CACHORRO GRANDE

Uma decisão judicial, expedida pelo Juiz Federal Marcelo Krás Borges, proibiu, no dia 20/12/2013, o funcionamento dos bares e restaurantes que existem na Praia de Jurerê Internacional, em Florianópolis (Pimenta Bueno, Café de La Music, Simple on the Beach, Taikô e Donna Jurerê Internacional. Há tempos que o assunto vinha sendo debatido, pois desde 2008, tramita na justiça um pedido feito pela AJIN – Associação de Proprietários e Moradores de Jurerê Internacional e pela AMOFORT – Associação dos Moradores e Proprietários e Amigos da Praia do Forte, denunciando a ocupação de áreas consideradas de “preservação permanente”, de propriedade da Marinha, com a participação da Habitasul e dos “beach clubs”. Na verdade, ao longo da praia, próximo dos banhistas, foram construídas edificações requintadas que passaram a funcionar como bares e restaurantes, com shows noturnos, dirigidos principalmente aos turistas da alta elite, com vendas e reservas antecipadas. A decisão do juiz agitou

SILÊNCIO SIGNIFICATIVO

Débora - fazia já algum tempo - perdera o marido que, por razões nunca explicadas, num final de tarde de chuva e frio, disparou-se um tiro na própria cabeça, quando o casal, na sala da casa contemplava a filha recém-nascida.  Morreu ali mesmo esguichando sangue que chegou a atingir a criança. Ao observar aquele corpo estendido e inerte, Débora alardeou a pequena cidade que começou a chegar para se certificar do que havia ocorrido. Dias depois ficara sabendo que os parentes cuidaram do finado e que a criança estava sob os cuidados de seus pais. Passado o primeiro momento, controlado o desespero e certa revolta contra o marido, sensação que levaria pelo resto da vida, entendeu Débora que não lhe restava alternativa que não enfrentar a vida sozinha. Teria uma companheira que devia crescer e ser-lhe amiga.  Mas estava convicta que assim que Dulce fosse se tornando grande, começaria a pedir pelo pai e Débora teria que estar preparada para explicações. O tempo foi apagando lembr

ENSAIO DO QUE SERÁ

Neste sábado e domingo (14 e 15),  deu para antever o que será Florianópolis na temporada de praias que está começando.  Uma ilha que possui sessenta quilômetros de norte a sul apresentou uma fila de congestionamento que tinha mais de dez e que se estendeu por aproximadamente quatro horas.  Uma sensação prisional. De impotência a se estender por todo o trajeto congestionado. 

PREPARATIVOS NATALINOS

Dezembro chegou e passa ligeiro. Parece um furacão esse tempo que corre.  Pois, no início deste mês, todos os anos, a Lu montava o presépio alusivo ao Natal. Eu achava até natural. Uma tradição para diferenciar o último mês do ano.  Hoje, mais maduro e  pensante , entendo melhor o  significado  daquele gesto.  Esse trabalho de montagem anual de um presépio, marcou sobremaneira o seu filho, que no livro “Cento e tantos poemas”, à página 109, apresenta um poema que entendo muito mais hoje do que entendia antes. Transcrevo-o: O presépio Em dezembro minha mãe montava o presépio na mesinha no centro da sala. Era um livro de armar com histórias bíblicas. A página 15 abria o cenário completo do nascimento em Belém - a manjedoura, a estrela, os animais, o menino. Era um circo mambembe, trupe sazonal de ciganos, Acampamento temporário de peregrinos. Na casa dos meus pais Natal sempre foi uma história simples, O teatro da página 15.

O QUE SE COME

Uma das primeiras preocupações que tivemos quando vimos morar no Campeche foi a confecção de uma horta. A Lu sempre gostou disso e, com a minha participação, fomos plantando verduras e temperos.  Íamos enterrando os resíduos diários e em bem pouco tempo o local, antes improdutivo e ácido,  ficou extremamente fértil. Foi assim que passamos a comer verduras naturais, sem qualquer veneno. Almeirão, rúcula, alface e tomate, macios e puros. Temperos em abundância. Pois ontem, passando pelo supermercado, encontrei em oferta uns pepinos japoneses de aparência muito bonita. Gosto de pepino japonês. Comprei e trouxe uns quatro. Hoje a Lu fez deles uma salada cortado em rodelas e misturado-os com os tomates extraídos da nossa horta. O cheiro de veneno apareceu na hora. Só então foi possível avaliar o quanto estão contaminadas as  verduras que comemos. O cheiro do produto utilizado para combater as pragas invadem nossos olfatos quando se dá uma trégua, mas sempre passam despe

PARABÉNS QUERENCIA DO NORTE

Hoje o município de Querência do Norte-PR, completa 58 anos de emancipação. Recordo-me das comemorações que se fazíamos todos os anos na Praça Central.  Na qualidade de querenciano que me considero -, pois ali vivi de 1972 até o final de 1996 -, desejo congratular-me com todos os querencianos, no dia de seu aniversário. Uma cidade que enfrenta dificuldades, mas de um potencial inigualável, segue o seu caminho de lutas e conquistas. Embora distante - a mais de mil quilômetros - os laços familiares e as amizades ali deixadas me fazem lembrar os momentos vividos, torcendo para que o futuro continue sendo promissor e capaz de oferecer um lugar agradável a cada querenciano.

HOJE NO CAMPECHE

Ficou preto o céu, as luzes das ruas se acenderam,   as árvores balouçaram fora da rotina, sumiram os passarinhos, as pessoas se recolheram em suas casas, os trovões espalham faíscas pelo céu, os aviões barulhentos deram uma pausa, queimaram-se ramos bentos. Ouço o barulho das ondas enfurecidas, querendo chegar mais longe, afugentando os banhistas.  Há duas horas: trinta graus e muito sol; agora preciso ir ao guarda-roupa vestir uma blusa. Será um furacão no mar que vem à terra? Pingos grossos de chuva, alarmes, estranhando o ambiente, se esgoelam. - Vai guardar o carro, veja as pedras caindo. Granizo esparramou-se pelo gramado, fez barulho no telhado e aumentou o frio. A chuva chegou violenta e inconsequente, lavando telhados, molhando paredes, passando pelos ralos, espalhando-se pela grama,  e, encachoeirada e suja, correndo pelas ruas. Agora: Os raios sumiram, As ondas não soltam ais, derreteu-se o granizo O céu a

É TUDO IGUAL

Lá pela metade de abril passado, instalei um pacote da Net no qual estavam inclusos TV a cabo, internet e telefone.  Dia desses fiquei ausente de minha casa e ao retornar constatei que a internet e o telefone não estavam funcionando. Fiquei sabendo que havia queimado o aparelho responsável pelo fornecimento de ambos os serviços. Quando o técnico chegou, constatou o problema e substituiu o “modem”.  Ao manter contato com “os caras da Net” para registrar a troca, recebeu a ordem de não fazer essa substituição: "não podia colocar um aparelho que possuía “wi-fi”. Devia colocar um aparelho simples". Informado pelo técnico que o aparelho reposto não seria igual ao que existia, indaguei o porquê de tal procedimento. Deu-me a informação de que não havia mais esse plano e que se eu quisesse um “modem” com “wi-fi” deveria aumentar minha capacidade de “megas” contratados o que implicaria num aumento no valor da mensalidade. Não concordei com a proposta principalment

DIA DE RESCALDO

         O desespero e a aflição já começam no domingo à tarde. Não existe coisa melhor que a sexta-feira - num final de expediente! Ela sempre nos permite a renovação de projetos, idéias e sonhos que, normalmente, morrem na fatídica tarde de domingo. Quer dia pior que este depois do churrasco, aperitivos e cervejas, de estômago cheio, cabeça rodando seguidos do sono que sempre acontece?         Tenho acompanhado a reação do funcionário público e do empregado de empresas particulares. Constatei que não há uma diferença marcante entre um e outro. Todos esconjuram a segunda-feira. Porque a vigilância é maior nas empresas particulares, o empregado chega mais aceso, porém cheio de problemas reunidos durante os dias de folga. Quer ver as dificuldades tornarem-se mais evidentes se o time do coração levar uma esfrega! Dizem que a cidade de São Paulo sofre na segunda-feira, quando o Corinthians perde no domingo.         Mas com o funcionário público a situação parece ser um pouco difere

ENEM

A notícia de que o ENEM (Exame Nacional do Ensino Médio) 2013 teve uma queda de qualidade em relação ao de 2012, deixa de orelha em pé todos os brasileiros que atentam com o progresso do País. Essa queda, sem dúvida, é preocupante, pois mostra que a nossa educação não vai bem. Evidencia que “os brasileirinhos” estão "emburrecendo".    O livro "1889", de Laurentino Gomes, à página 240, diz que por volta de 1850, a educação recebida pelas filhas do Imperador Dom Pedro II, era uma formação, no mínimo capaz de estressar qualquer estudante brasileiro da atualidade. Transcrevo um trecho da página citada: “Na infância, Isabel submeteu-se com a irmã, Leopoldina, um ano mais nova do que ela, a um formidável programa de educação concebido pelo pai. A rotina diária de estudos prolongava-se por nove horas e meia, seis dias por semana. Incluía aulas de latim, inglês, francês e alemão, história de Portugal, da França e da Inglaterra, literatura portuguesa e francesa,

"AMOR À VIDA"

Não sou afeito à novelas. Talvez pela falta de tempo, nunca tive muita queda pelo gênero. Agora que estou entregue às irresponsabilidades de uma pessoa aposentada e sem qualquer compromisso marcado, dei de ligar a televisão com mais assiduidade. Chamou-me atenção a novela Amor à Vida, da Globo, exibida diariamente após o Jornal Nacional. Despertou-me curiosidade e preocupação os acontecimentos mostrados ali. Não que me considero um “velho babaca” e ultrapassado, como a Aline chama o Lutero, mas confesso que cheguei a sentir um mal estar em certas ocasiões.  Mostra-se uma ruptura dos costumes tradicionais e da moralidade cultivados ao longo da nossa vida. Cenas explícitas de sexo, transgressão aos princípios morais, demonstração das falcatruas praticadas em setores que julgávamos sérios (hospitais), falsificações de exames e documentos, demonstração da fragilidade do casamento, normalidade nas transgressões matrimoniais, traições familiares objetivando lucros. Sadismos, indiferença

Livro interessante: MOBY DICK

Dia desses retirei da prateleira de minha biblioteca um livro velho, grosso, de formato feio e envelhecido, que estava ali nem sei há quanto tempo. Não tenho lembrança de quando foi adquirido. Nunca o havia sequer folhado: Moby Dick, do escritor americano Herman Melville, tradução de Berenice Xavier, que não fez sucesso na época da publicação, 1851 (pelos comentários que li depois), mas se tornou um dos clássicos da literatura mundial. Acabo de lê-lo. São 582 páginas. Este livro é um tratado sobre as baleias, sobre os navios baleeiros que, antigamente,  cruzavam os mares sem qualquer controle, matando esse animal para extrair dele o óleo e o espermacete, utilizados na iluminação da época.   Essa leitura, além de me ter fornecido um largo conhecimento sobre o assunto, mudou a visão que eu tinha desse animal. Considerava-o manso, lento, uma presa fácil de ser capturada. O livro mostra tudo ao contrário: a baleia é um animal enorme, agressivo, rápido, violento e difícil de ser ap

TUDO PELO AMOR

O rapaz não tinha mais que uma gaita oito baixos, uma bombacha, uma camisa riscada, um lenço vermelho a lhe ocultar o pescoço, um chapéu e uma alpargata surrada.  Fazia o instrumento chorar quando reunia o pessoal dos vilarejos que sempre aguardavam e sabiam da sua chegada. Um andarilho de vila em vila, comia e bebia do que lhe davam. Cama tinha sempre garantida, pois era uma honra, entre aqueles colonos, hospedar uma pessoa daquelas: tão cheia de dotes, um grande artista.   Disputavam o prazer de tê-lo em casa e oferecer-lhe comida, banho e leito.   Não havia outros entretenimentos que não a música daquele jovem ou os encontros na capela nos finais de semana. Passava a noite puxando a oito baixos enquanto o pessoal ouvia ou dançava no terreiro de chão batido. Tinha um sotaque que o tornava conhecido. Filho de imigrantes italianos que não querendo saber do trabalho da roça, aprendeu as notas musicais, arranjou um instrumento e começou sua caminhada de colônia em colônia, o

SOLUÇÕES

O eletricista havia prometido, pela terceira vez, atender aos pedidos daquele senhor. Precisava que fizesse um levantamento nas instalações da casa porque o consumo de energia estava muito alto. Queria também a colocação de umas "lâmpadas de led" para iluminar a casa durante a noite. Finalmente, desejava que fosse instalada uma campainha eletrônica para anunciar o momento de chegada das pessoas que vinham visitá-lo. Pois pela terceira vez o eletricista prometeu que viria. Em todas elas marcara horário. Nunca apareceu e nem justificou sua falta.  A filha, para quem o pai desafogava suas mágoas, pedia paciência. Dizia que o povo daquele lugar era diferente. Dava orientações de como deveria proceder dizendo que aquele modo de ser estava arraigado no sangue da população. Se quisesse ser atendido e ver o serviço realizado devia ser assim. Pois aquele senhor, já calejado pelos anos, ouviu as explicações da filha, mas se recusou a aceitá-las. Era muita humilhação precis

TRIBUTO A UM COMPANHEIRO

Tantas pessoas vivem fazendo o mal e não morrem. Outras tantas boas que passam a vida semeando o bem são ceifadas cedo. Meu amigo Vilson Zago enquadrava-se entre os bons. Fiquei sabendo de sua morte dias depois. No momento da notícia senti um choque enorme e fui tomado de uma tristeza incontida. Não me lembro de uma ação sequer do Vilson Zago que não tenha sido dirigida para o bem. Professor, dedicou sua vida a ensinar. Admirava-o pela facilidade que tinha de transmitir a matemática.  Quando me mudei para Querência do Norte, em 1972, na flor dos vinte e três anos, encontrei-o já professor. E foi ensinando que passou o tempo e se aposentou. No meu mandato de prefeito, nos anteriores e posteriores também, foi Secretário Municipal de Educação, todos o queriam. Nunca me trouxe um problema sequer. Resolvia-os. Querência do Norte sem dúvida perde um cidadão exemplar que partiu cedo demais. Pessoas assim deviam viver mais tempo. Cidadão exemplar, professor exemplar, marid

PREÇO ALTO

No jornal “O Globo” de 07/11/2013, página 16, um comentário de Ancelmo Gois chamou-me atenção. Intitulado “Preço Alto” o texto dizia assim: “O jornalão “The Guardian” publicou reportagem, semana passada, desencorajando os ingleses a virem para as Olimpíadas de 2016 no Rio. Dizia que os hotéis estão cobrando preços abusivos e que a solução mais viável seria utilizar os hostels situados em favelas.” Interessante que os cariocas ainda não se deram conta para os preços exagerados que estão cobrando. É na diária da hospedagem, no valor dos imóveis, nos serviços, etc., etc. Há tempos passados, quando de uma Conferência Internacional que estava marcada para acontecer na Cidade Maravilhosa, várias delegações de países europeus -, alegando também extorsão no preço dos apartamentos -, simplesmente não vieram participar. Cobram muito caro pelas coisas que oferecem e isso pode gerar consequências.