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Mostrando postagens de outubro, 2012

NOVOS MÉTODOS

Não sei se essas coisas acontecem só comigo, acho que não. Acredito que seja um meio disfarçado de obter lucros. Leiam  a história: Dia desses estive fazendo compras num Supermercado de uma das maiores redes de Curitiba no ramo varejista. Adquiri treze itens e  a compra girou em torno de setenta reais. Não sei se pelo constante exercício ou por dote mesmo, tenho facilidade de gravar os preços dos produtos e, por esse motivo, acompanho com muita atenção quando a caixa vai passando o produto pelo  código de barras e os valores aparecem na tela do monitor. Verifiquei que os valores que estavam sendo registrados não eram os mesmos que apareciam nas etiquetas das gôndolas. Deixei que ela terminasse o trabalho e fechasse o valor. Paguei o total registrado e de posse da nota fiscal, iniciei minha conferência com mais calma. Pois, dos treze produtos, seis estavam com alteração de preço. Nenhum deles a menor, todos acima do valor divulgado. Fiz os cálculos e constatei que os acrés

A DECEPÇÃO DE BONIFÁCIO

Bonifácio - você leitor - , já o conhece de outras histórias. Já contei várias. Pois além de ser meu amigo de longo tempo, sempre nos damos bem.  É uma daquelas criaturas que todos gostariam tê-lo por perto. Não enche o saco, não atormenta, não pede dinheiro emprestado e muito menos empresta. Inútil pedir. Todas as vezes que precisei para me livrar dos apuros, sempre se justificava repetindo a frase que me tornou familiar: “Se queres perder um amigo, empresta-lhe dinheiro.” Pois hoje encontrei Bonifácio de cara fechada. Logo cedo, azedo que só! Pensei em não fazer, nem falar nada. Mas seu comportamento esquisito levou-me a indagar o motivo de tanta indigestão. - Afinal posso saber a razão dessa sua antipatia facial? - Estou normal - disse-me ele -, resistindo em falar. - Normal você não está, sabe disso. - Deixa de se intrometer na vida dos outros. - Eu só estava querendo ajudá-lo. O rapaz deu uma volta pelo escritório, certificou-se que ainda ninguém havia cheg

A PERDA

Bonifácio achegou-se meio entristecido e falou-me:  - Perdi o meu melhor companheiro de tênis. - Morreu? - interpelei-o meio sobressaltado. - Não, recomendação médica o está proibindo de praticar esse esporte. - Estranho, proibido de praticar esporte? - É, adquiriu uma doença que atrofia-lhe as cartilagens, retirando-lhe o líquido que lubrifica as articulações. Notei que Bonifácio estava chateado com a situação. Deixei que me explicasse com mais detalhes o motivo da sua tristeza.  Após um período de explicações, percebi que realmente aquele seu companheiro de tênis era especial. Praticava o esporte por gosto mesmo, indiferente às derrotas ou vitórias. Não questionava uma bola duvidosa, nem se entregava à obsessão de ganhar sempre. Jogava tênis pelo prazer e pela necessidade de se movimentar. Unicamente para ter em mãos uma eficiente terapia. Bem diferente de muitas pessoas que tinham em mente só a vitória e, para consegui-la deixavam de lado o companheirismo e a espor

HORA DE DECIDIR

O povo parecia levar Curitiba para um lugar que seus administradores tradicionais nunca imaginaram. Quando do primeiro turno, pelas dificuldades encontradas para emplacar o homem, muitos achavam o Luciano Ducci meio fraco. Trabalhador, honesto, competente, mas sem carisma, nem poder de atrair. Desprovido das características de um verdadeiro   político, mostrou-se incapaz de entusiasmar as multidões. A própria voz não empolgava. Garantiam-lhe a possibilidade de mais quatro anos, buscando manter a estrutura do estado e da prefeitura unidos. A máquina, como é mais conhecida, de um só lado. Foi o indicado do Governador, que para esta escolha não levou em consideração o partido, Luciano é PSB, preterindo Gustavo Fruet.  Gustavo sempre aspirou ser prefeito. A lembrança do pai, herói tradicional curitibano,   fanfarrão, empolgado pelos seus carneiros de raça, não só fascinava o filho, mas o induzia a segui-lo.     Parceiro de Beto Richa na eleição de Governador, jamais se imagin

VIAJANDO DE ÔNIBUS

Mais uma história do ônibus coletivo.  Quando entrei havia poucas pessoas em pé. Nos lugares reservados aos idosos, gestantes e deficientes encontravam-se sentadas pessoas jovens.  Ninguém se movimentou para oferecer-me um lugar. Fizeram que não tinham nem percebido. Uns continuaram ouvindo música nos seus fones de ouvido, outros a conversar animadamente.  Fiquei eu de pé, agarrando-me a cada freada do ônibus para não cair.  Encontrava-me num daqueles dias alegres, de alto astral e deduzi:– não estou aparentando idade para sentar-me naqueles bancos, razão pela qual ninguém fez-me a oferta. Na primeira parada, desembarcou um daqueles jovens e uma senhora que se encontrava em pé bem a minha frente, virou-se para mim dizendo: - o senhor quer sentar-se? Tive um de sobressalto e percebendo que estava enganado, deduzi que aqueles jovens que ocupavam lugares indevidos não haviam me oferecido um lugar para sentar, não porque não me tinham percebido, ou porque não me