SONHO MALUCO
O homem acordara lá pelas quatro da madrugada, muito aflito. Pescoço a escorrer lhe largo suor e os cabelos completamente molhados. Em meio à escuridão do quarto, sentiu que também o colchão onde dormira encontrava-se molhado. Pode vislumbrar a silhueta da esposa sentada no lado oposto da cama, que lhe fazia carinhos e o convidava para que fosse sentar ao seu lado. Dissera-lhe estar com insônia e se preparava para levantar. Havia tido um sonho também , mas não conseguia lembrar-se dele. O homem sentiu um leve estremecimento e disse que também havia sonhado, lembrando-se de todos os detalhes. - Gostaria que me contasse -, falou ela -, aparentemente curiosa. Enquanto as luzes iam sendo acesas e os travesseiros e lençóis amontoados pela situação lamentável que se encontravam, ele sentou-se ao lado da mulher e começou a relatar seu sonho. Eu estava numa rua estreita e antiga, com pedras de paralelepípedos irregulares, cheia de buracos que dificultavam o trânsito