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Mostrando postagens de abril, 2010

LINHA VERDE

A primeira etapa da Linha Verde está pronta. São ruas largas, construções novas, bastante iluminação e, particularmente, muitos sinaleiros que interrompem tudo, dificultando as travessias. Que ficou bonito, isso ficou, mas que complicou as passagens, é indiscutível. Faltam viadutos e trincheiras. Sobram congestionamentos quilométricos. Agora vejo uma propaganda na televisão divulgando a segunda etapa dessa Linha Verde . Ela antevê maravilhas: terá viadutos, terá trincheiras e o engarrafamento estará resolvido, dizem. Infelizmente, a primeira etapa fica do jeito que está. Trancada, congestionada, com quilômetros de carros esperando os sinaleiros abrirem, só porque o prefeito tinha a idéia de que instalar trincheiras e viadutos seria um empreendimento inútil. "Uniriam um congestionamento ao outro", como disse em várias entrevistas que deu. E tem mais um agravantes: os engenheiros que programam o funcionamento dos sinaleiros parece que não entendem de cálculos, nem de sincro

DESPEDIDA DO OUTONO

O término do outono na natureza é sempre perceptível. Todo mundo sabe que as árvores perdem suas folhas e se recolhem. Mas antes que isso aconteça, fazem um estardalhaço enorme. Caem no cão, correm levadas pelo vento, enfiam-se pelas frestas, entopem buracos, até se aquietarem em algum lugar. Cheguei a esta conclusão depois de verificar um acontecimento interessante, durante certo tempo, todos os dias, na calçada da rua que passa bem à frente do lugar onde trabalho. Pois durante uma semana, tive o privilégio de observar uma balzaquiana, corpo bem cuidado, loura bronzeada, pernas roliças, grandes e atraentes; shorts bem curtinho, passar ali na minha calçada. Certos dias a temperatura caía, mas ela continuava nos mesmos trajes, indiferente às mudanças climáticas. Deduzi que ela se parecia com as folhas que estavam caindo das árvores. Precisava fazer a confusão que elas fazem quando sabem que estão indo. Aquele corpo bem feito e tratado, ostentando um bronze que insinuava coisas, deix

GLOBALIZAÇÃO

Subimos, subimos, e subindo, subia a fome. Era no sexto andar a praça de alimentação, todas a mesas ocupadas, no sexto andar. Numa cidade brasileira, só comida estrangeira, num shopping brasileiro. Noventa por cento jovens, cercados de croaçans, hamburgues, sanduíches, red bulls e coca cola. Alegria pelas faces, injetadas de estrangeirismos, faltavam mesas, olhos voltados para o presente, nem sabiam do futuro, nessa fábrica de fazer gordos, pelo fortalecimento global.

PINTOR DE PAREDES

Começou no trigésimo andar e foi descendo, tão grande a parede e tão distante a grama verde! Menosprezando o perigo. Um galão de tinta azul, um rolo que esfregava no cimento, injetando-lhe tonalidade nova. O banquinho, único conforto, no qual sentava parecendo um alto funcionário que transmitia vida àquele muro bem a sua frente. A corda presa lá em cima, controlada por uma roldana, roçava seu peito se afastando ou se aproximando, regulada pelo vento. Fez amizades rápidas com os moradores dos andares, quando através das janelas, passava descendo rumo ao chão. Só assim o olhariam. Sorrisos que não floresceram, palavras que se perderam! Local estranho de se conhecerem! E foram dias nessa rotina, no sobe e desce. E sempre mais descendo, olhava para cima e já não via a beleza acabada do último andar. Quando depositou seus pés na grama verde, emitiu um suspiro, agradeceu seus companheiros de trabalho, num gesto inteiramente mudo: um banquinho, uma corda e um rolo que rolou pelas paredes, Num

Voltando à ativa

Hoje estou de volta, agora em novo formato!