A PERDA
Bonifácio achegou-se meio entristecido e falou-me:
- Perdi o meu melhor
companheiro de tênis.
- Morreu? - interpelei-o meio sobressaltado.
- Não, recomendação médica o está proibindo de praticar esse esporte.
- Estranho, proibido de praticar esporte?
- É, adquiriu uma doença que atrofia-lhe as cartilagens,
retirando-lhe o líquido que lubrifica as articulações.
Notei que Bonifácio estava chateado com a situação. Deixei que me
explicasse com mais detalhes o motivo da sua tristeza.
Após um período de
explicações, percebi que realmente aquele seu companheiro de tênis era
especial. Praticava o esporte por gosto mesmo, indiferente às derrotas ou
vitórias. Não questionava uma bola duvidosa, nem se entregava à obsessão de
ganhar sempre. Jogava tênis pelo prazer e pela necessidade de se movimentar.
Unicamente para ter em mãos uma eficiente terapia. Bem diferente de muitas
pessoas que tinham em mente só a vitória e, para consegui-la deixavam de lado o
companheirismo e a esportividade.
Deduzi que essa pessoa realmente era
especial, razão da tristeza de Bonifácio. Sem ele teria que se adaptar ou parar
também.
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