Livro interessante: MOBY DICK
Dia desses retirei da prateleira de minha biblioteca um
livro velho, grosso, de formato feio e envelhecido, que estava ali nem sei há quanto
tempo. Não tenho lembrança de quando foi adquirido. Nunca o havia sequer
folhado: Moby Dick, do escritor americano Herman Melville, tradução de Berenice
Xavier, que não fez sucesso na época da publicação, 1851 (pelos comentários que
li depois), mas se tornou um dos clássicos da literatura mundial.
Acabo de lê-lo. São 582 páginas. Este livro é um
tratado sobre as baleias, sobre os navios baleeiros que, antigamente, cruzavam os mares sem qualquer controle, matando
esse animal para extrair dele o óleo e o espermacete, utilizados na iluminação
da época.
Essa leitura, além de me ter fornecido um largo
conhecimento sobre o assunto, mudou a visão que eu tinha desse animal.
Considerava-o manso, lento, uma presa fácil de ser capturada. O livro mostra
tudo ao contrário: a baleia é um animal enorme, agressivo, rápido, violento e
difícil de ser apanhado.
Foram quase dizimadas, mas nesse trabalho de captura
também morreram muitos profissionais da pesca. É o caso descrito neste livro:
Moby Dick, um cachalote desproporcional, violento, quase imortal, provoca o
afundamento do navio baleeiro Pequod matando toda a tripulação. Somente sobrou
um, que no epílogo do livro diz: “E só eu escapei para vos dar a notícia”,
Ismael.
Também chama a atenção o longo período que um navio
baleeiro ficava no mar sem voltar para sua base. Normalmente uma viagem durava
três anos e as embarcações iam seguindo a rota das baleias conforme a peregrinação
delas. Retornavam quando os porões estavam cheios do produto extraído,
guardado em barris. O trabalho de refino era feito no navio mesmo.
O mundo, atualmente, discute a proibição total da pesca
da baleia. Normas e mais normas são debatidas e aprovadas, mas desrespeitadas.
Dois países continuam a pesca do mamífero, em escala
comercial, principalmente para conseguir a carne, antes desprezada e abandonada
ao consumo dos tubarões: Noruega e Japão. Os Estados Unidos, que já foi o maior
caçador de baleias, restringe-se hoje a caçá-las com a finalidade de estudos
científicos.
A verdade é que o número de cetáceos tem aumentado (já
estiveram quase extintos) e a tendência é realmente que esses dois países que ainda praticam a caça, acabem por aceitar as normas internacionais existentes e parem também.
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