O QUE SE COME
Uma
das primeiras preocupações que tivemos quando vimos morar no Campeche foi a
confecção de uma horta. A Lu sempre gostou disso e, com a minha participação,
fomos plantando verduras e temperos.
Íamos enterrando os resíduos diários e em
bem pouco tempo o local, antes improdutivo e ácido, ficou extremamente fértil.
Foi
assim que passamos a comer verduras naturais, sem qualquer veneno. Almeirão,
rúcula, alface e tomate, macios e puros. Temperos em abundância.
Pois
ontem, passando pelo supermercado, encontrei em oferta uns pepinos japoneses de
aparência muito bonita. Gosto de pepino japonês. Comprei e trouxe uns quatro.
Hoje
a Lu fez deles uma salada cortado em rodelas e misturado-os com os tomates
extraídos da nossa horta. O cheiro de veneno apareceu na hora.
Só
então foi possível avaliar o quanto estão contaminadas as verduras que comemos. O cheiro do produto
utilizado para combater as pragas invadem nossos olfatos quando se dá uma
trégua, mas sempre passam despercebidos àqueles que não se dão ao capricho de
consumir orgânicos.
Numa
expressão grosseira, mas real: estou rotando veneno.
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