NOVAS DESCOBERTAS
Poderão dizer:
ficou louco esse “cara”, mas a verdade é que com a mudança para Florianópolis
acabei realizando um dos grandes sonhos: ficar perto dos aviões.
A minha
primeira viagem de avião foi a muito tempo, de Paranavaí a Querência do Norte.
Foi de teco teco que levou vinte minutos para fazer o trajeto. Se fosse medroso
nunca mais teria viajado de avião. Balançava o tempo todo e senti momentos de
medo. O Mario Silvestrim foi meu companheiro de viagem. Estávamos a uma semana
hospedados num hotel em Paranavaí porque as estradas haviam acabado e as pontes carregadas pelas enchentes. Já sem dinheiro o negócio foi ir por ar.
O avião, depois, se tornou até comum na minha vida, mas a paixão por eles continuou. Muitas vezes,
em Curitiba, eu ia até o Afonso Pena ver as aeronaves pousarem e decolarem.
Achava aquilo fascinante.
Pois aqui em
Florianópolis, no Campeche, estou na rota dos aviões. Eles chegam e passam
baixinho. Enormes todos, silenciosos uns, barulhentos outros. Dá para ver se é
da TAM, da Gol, Azul, TRIP, Avianca, Varig e outros menores, que nem nomes têm.
Nesse curto
espaço de tempo já aprendi a gostar de certas marcas de aviões. Admiro o Boeing
pela sua imponência; acho moderno, silencioso e rápido o 190 da Embraer. O Airbus me transmite um certo
receio pelos recentes acidentes acontecidos.
Dia desses
chegaram uns aviões pequenos, rápidos e barulhentos fazendo um tumulto
ensurdecedor. Fiquei sabendo que eram os Tucanos da Força Aérea Brasileira. Andavam
em grupos de três, distantes milimetricamente uns dos outros. Um espetáculo ver
isso!
Não fazia ideia que o aeroporto Hercílio Luz fosse tão movimentado. As subidas e descidas cessam à meia
noite, mas agem como um despertador, às seis da manhã.
Em razão dessa
minha posição, já percebi que há uma grande diferença entre as aeronaves
que chegam e partem. Tem os aviões novos, feitos dentro de um “desin” moderno
que cortam os céus silenciosamente e há também os sucatões, feios, verdadeiras
latas velhas, barulhentos, que pousam dando a impressão de que estão com seus
motores rajando. Os primeiros decolam silenciosamente cortando os céus com
facilidade; os segundos, sempre lentos, parecem preguiçosos evidenciando dificuldades
para iniciar seus vôos.
Tanto os
primeiros como os segundos chegam e partem lotados de passageiros.
O desejo de
voar é antigo e a escolha por aeronaves novas se torna quase que impossível.
Comentários