TEMPO DE PASSEIO


No feriadão de Sete de Setembro estive realizando uma coisa que nunca havia feito: participar de uma excursão, que teve uma programação muito animada e interessante.

Viajamos com a empresa de Turismo "Korestur", aqui de Curitiba. Ônibus leito, atendimento de primeira, participantes animados e um clima de companheirismo invejável.

Nossa base foi em Taubaté-SP, no Hotel Baobá. Dali saímos para visitar: o Sítio do Pica-Pau Amarelo; o Santuário de Nossa Senhora Aparecida, em Aparecida; a Igreja de Frei Galvão, em Guaratinguetá. Fomos também a Campos do Jordão e, terminamos o passeio em Holambra, a Capital das Flores.

                                                                  Hotel Baobá - Taubaté


O atendimento da Korestur foi excelente. Ônibus novo e limpo, serviço de bordo, histórias e piadas contadas ao logo da viagem pela Marília, distraiam os viajantes tornando o passeio alegre.

Curitiba até Taubaté consome 10 horas de viagem. O ônibus não ultrapassa 80 quilômetros por hora, o que significa uma segurança muito grande. Motoristas atenciosos e competentes.



Começamos o passeio visitando o Sítio do Pica-Pau Amarelo. É o local onde nasceu Monteiro Lobato, um dos grandes escritores infantis brasileiros, senão o maior. Não significa que não escreveu também sobre outros assuntos, mas se notabilizou com sua literatura infantil. É por isso que sua cidade, Taubaté, é considerada a Capital da Literatura Infantil.


                                                                               Casa onde nasceu Monteiro Lobato - Sítio do Pica-Pau Amarelo
A visita ao Sítio do Pica- Pau Amarelo, que se revestia de expectativa e muita curiosidade, provocou uma certa decepção. O desleixo existente no local é uma afronta ao grande escritor e também estadista brasileiro.

Os encantos dos personagens, as fascinantes estórias contadas por tia Anastácia, as peripécias de Emília, as trapalhadas do Visconde de Sabugosa e as caçadas de Pedrinho parecem ter ficado no tempo. Tudo ali está muito cru, frio e mal cuidado.
Prova disso que, pesquisa estampada num jornal da cidade do dia seguinte, mostrava que a recuperação do local era a maior das reinvidicações que os eleitores faziam aos candidatos a prefeito de Taubaté.
Uma pena tanto descaso e desinteresse das autoridades taubateenses com o local que notabilizou a cidade! Uma afronta e um descaso com seu filho mais ilustre!



A Igreja de Frei Galvão foi outro local que visitamos. Ali, a decepção é ainda maior. Guaratinguetá parece que não acordou para o fato de ter um santo da Igreja Católica. O único santo verdadeiramente brasileiro. A igreja é acanhada, mal cuidada e seu pátio central cheio de pedras soltas e pó.
Nem asfalto ainda fizeram.




Difícil entender que ali esteve, recentemente,  o chefe máximo da Igreja, o Papa Bento XVI, canonizando  Frei Galvão e o tornando santo.
A igreja quase vazia onde um padre falava ao microfone sem qualquer sentimento. Bem diferente de outro local parecido, em Santa Catarina, onde o Santuário de Madre Paulina enaltece as qualidades da santa, com programações religiosas, realizadas dentro de um local que destaca e dignifica o trabalho da Madre.
Um sentimento profundo e verdadeiro em Nova Trento, um desinteresse total em Guaratinguetá.



O Santuário de Aparecida é imponente e majestoso. O templo dedicado a Nossa Senhora Aparecida encanta pela beleza e tamanho. A obra dedicada a Padroeira do Brasil não perde para nenhuma outra famosa construída para cultivar a religiosidade. E a religiosidade realmente está presente ali. Pessoas de todos os lugares.



As missas lotadas de fiéis. O local onde a estátua original encontra-se exposta para visitação é uma contínua procissão de romeiros.
No salão onde se queimam as velas, chamas enormes ardem provocando um calor que bem representa a fé dos peregrinos.
Os pagadores de promessas sobem a rampa locomovendo-se de joelhos, sem pressa, mas ansiosos para agradecer.



Porém, aliado ao sentimento de fé e religiosidade reinante ali, há também o claro mercantilismo. Não sei se o sentimento de religiosidade e a ganância do comércio não se equivalem. Vende-se de tudo. "Vendilhões" por todos os lados, que, se Cristo voltasse em carne e osso, por certo repetiria a mesma atitude que teve quando tratou dos comerciantes que vendiam produtos num templo de Jerusalém.



Diante dessas duas situações tão diferentes: Guaratinguetá e Aparecida e pela proximidade das cidades, fiquei a me perguntar se não haveria um receio da segunda, temendo que a primeira pudesse se transformar numa sombra?




A visita feita a Campos do Jordão revestiu-se de vários significados: é a cidade mais alta do Brasil, a riqueza de sua história, o clima curativo que dizem possuir, a ostentação de seus prédios, castelos e construções.

Visitamos o Castelo Boa Vista, residência oficial do Governo Paulista, construído pelo ex-governador Ademar de Barros e, atualmente, desfrutado pelo atual governador, Geraldo Alckmin.



Campos do Jordão orgulha-se da cidade, do seu Festival de Inverno, das construções mirabolantes que ostenta, de suas ruas e locais floridos, dos restaurantes oferecendo uma cozinha diversificada e cara.

Campos do Jordão é realmente um sonho. O local para o qual antigamente os tuberculosos se dirigiam na busca de cura, quase sem esperanças, transformou-se num lugar aprazível, procurado e frequentado por celebridades como Roberto Carlos, Sílvio Santos, Edir Macedo, Hortência, Cristhiane Torloni, Fábio Júnior, Hebe Camargo, Raul Gil e muitos outros famosos que ali edificaram palácios luxuosos cujos encarregados pela manutenção desses locais recebem salários que ultrapassam 5 mil reais.

Sílvio Santos, para evitar o assédio, ergueu uma verdadeira muralha encarregada de manter sua privacidade; Edir Macedo, com sua mansão visível, construída num local estratégico, colocou a letra "A" destacada à frente da construção para indicar o “Aleluia”.

Campos do Jordão também conta suas histórias. Caminho mais curto e procurado pelos bandeirantes e garimpeiros para chegar a Minas Gerais, quando ali foi descoberto ouro, teve o dono daquelas terras querendo cobrar pedágio para autorizar a passagem dos que iam a procura da riqueza.

Porque não conseguiu realizar o seu propósito, decidiu vendê-las. O dinheiro que recebeu na transação (em ouro) foi tanto que com medo de ser roubado e morto, decidiu enterrá-lo ao pé de um pinheiro. O escravo que executou a tarefa -, porque o patrão teve medo de que ele o roubaria - acabou sendo morto pelo dono. Não demorou muito e o ricaço acabou morrendo também. O local onde o ouro foi enterrado acabou no esquecimento.
Contou a guia (Cida), que nos orientou durante nosso passeio em Campos do Jordão, que ainda hoje aquele ouro não foi encontrado e que o seu proprietário, sem que ninguém consiga vê-lo, pe-rambuleia pelas noites a procura dessa riqueza, gritando desesperado, blasfemando e fazendo um barulho ensurdecedor.


A cidade possui uma incalculável reserva de pinheiros "araucárias". São árvores enormes que atingem 50 metros de altura. Contou-nos também a nossa guia Cida, que uma lei do antigo governador Ademar de Barros - pela paixão que sentia por essas árvores - fez aprovar e sancionou uma lei que proíbe sejam edificadas construções que ultrapassem a altura dos pinheiros. É surpreendente: todos acatam a determinação.


Para quem visitar a cidade e desejar um prato delicioso, recomenda-se o “Restaurante Krokodillo”.



Só uma coisa entristece e denigre a beleza dessa cidade: o rio que passa numa das avenidas principais, junto ao teleférico, é podre e fedorento.





Conhecemos também Holambra. Nome estranho, mas significativo: HOL, vem das iniciais de Holanda; AM, são as iniciais de América e BRA, as iniciais de Brasil.

Os habitantes desta cidade são todos descendentes de holandeses. Possuem uma história rica de aventuras e sofrimentos até atingirem a situação atual.

Holambra dedica-se exclusivamente às flores. É a capital das flores. Nesse dia comemorava-se o encerramento da "Festa das Flores", uma tradição anual que se tornou conhecida em todo o Brasil.
O espaço onde as festividades são realizadas é enorme. Exposição dos mais variados tipos de flores, com predominância da beleza e "careza" das orquídeas. Havia uma que estava à venda pela pequena quantia de R$ 375,00.


Os organizadores e festeiros vestem trajes típicos que lembram a terra de onde vieram. Organizam bandas e fanfarras que percorrem as alamedas do local do evento esparramando alegria e sons por todos os lados.



A festividade é encerrada com uma chuva de flores. Um helicóptero sobrevoa o recinto soltando sacos de pétalas e folhas e os presentes aguardam que uma folha daquelas venha parar em suas mãos. Se isso acontecer - divulgam por todos os cantos - a pessoa felizarda poderá fazer um pedido que esse desejo será realizado. A busca dessa sorte deixa a população curiosa e apreensiva. Não arreda pé e quando o helicóptero passa esparramando aquelas flores, torce para que a felicidade venha ao seu encontro.








Sem pretender agradar, nem ser beneficiado com uma viagem futura, quero destacar a eficiência e seriedade do trabalho da "Korestur Turismo".

O casal, dono da empresa, (Márcio e Marília) faz um trabalho elogiável no atendimento dos que viajam com eles. O passageiro não precisa se preocupar com nada. Bom apartamento no hotel, café, almoço e janta fartos, tudo incluso no pacote.




No último dia, vejam só, chegaram a fazer uma parada do ônibus antes do almoço e o Márcio preparou uma "caipira" que foi oferecida a todos os "passeantes".

Comentários

Anônimo disse…
Ótimo passeio, que bom que aproveitaram intensamente!
Abração
Fausto
Inquieta disse…
Tenho o desejo de conhecer Holambra e Campos do Jordao, espero que os outros pontos turisticos estejam melhores, seu post foi muito valioso.

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