A TROCA
Dia 11 de abril de 2013 carregamos nossa mudança em Curitiba
e, à noite, chegamos a Florianópolis. Um trânsito infernal atrasou o descarregamento que só ocorreu
no dia seguinte.
Uma troca interessante: as caminhadas que sempre fazíamos na Praça dos Menonitas - no Boqueirão - sempre tumultuada, foram substituídas pela ampla praia do Campeche.
Dormimos no apartamento de nossa filha e logo cedo rumamos
para o Campeche - lugar da nova morada - à Rua Revoar das Gaivotas. Chegamos
antes que o caminhão. Fazia um vento terrível e chuvoso. Vento sul - diziam os moradores
com quem falávamos - acostumados e indiferentes.
Estávamos emocionados e até angustiados. Uma nova cidade,
uma casa nova, um lugar completamente diferente daqueles todos que havíamos
morado. Fuga do barulho, da agitação. Quando se chega a certa idade não
adianta querer competir com os que vêm, razão que nos motivou essa decisão.
O descarregamento de nossas coisas foi tranquilo e rápido.
Havíamos feito uma detalhada seleção do que viria. Interessante: vamos
estocando durante o tempo objetos que não servem para mais nada, mas que têm um
valor histórico e emocional muito grande!
É difícil abandonar essas coisas! A cama de 20 anos que
nos proporcionou muitos sonos reconfortantes, descansos e momentos agradáveis,
mas que está se desmanchando de tanto cupim. O guarda-roupa velho que não
aguenta mais uma nova montagem. Os livros antigos do meu tempo de professor que
estão ultrapassados, em grafia antiga e tomados pelas traças. As roupas velhas
que lotam os guarda-roupas, mas que não são mais usadas há tempo. Os disquetes,
os vídeos cassetes, os toca-discos que não tocam mais.
Doeu desfazer-me da Enciclopédia Britânica que foi
difícil comprar, mas que já está
superada.
Hoje, 12 de abril, tudo aqui está amontoado, tudo um verdadeiro
caos. Não se acha nada. Os aparelhos elétricos-eletrônicos de Curitiba, não
servem em
Florianópolis. Lá , 110, aqui 220 vates. Um conversor que
resolveria o problema, custa mais que o aparelho novo. Comprar outro é a saída.
Haja dinheiro!
Mas estou na casa que sempre desejei. Nova, espaçosa, de
madeira maçaranduba, tão dura que nem prego entra. Cupim aqui não tem vez.
Alta. Olho para cima e o forro está a quatro metros. Até as lâmpadas precisam
ser mais potentes para iluminar tudo. E tem mais: uma rua sem saída, meio
chácara ainda. Carros só os dos vizinhos que sempre se sabe quando chegam ou
quando saem.
Uma troca interessante: as caminhadas que sempre fazíamos na Praça dos Menonitas - no Boqueirão - sempre tumultuada, foram substituídas pela ampla praia do Campeche.
Lá caminhávamos à tardinha, quando o sol se punha; aqui já
estamos andando quando ele começa a aparecer. Poucos ainda aproveitando o
silêncio, só os surfista que estão fazendo suas manobras nas águas agitadas e
frias do local. Incrível esses surfistas! A ilha do Campeche, bem a nossa
frente, parece quer, inutilmente, esconder o sol.
Eu e a Lu brincamos com as águas que chegam cansadas e
espumantes. Ela fica procurando tampinhas de garrafas pets para fazer um
artesanato que inventou agora. Engraçado, a praia está cheia dessas tampinhas.
Numa das primeiras caminhadas recolhemos quase 100 que estavam espalhadas pelas
areias. Nas horas de folga passa o tempo fazendo seu trabalho.
Mas nos primeiros dias não foi fácil. Quase piramos. Sem televisão,
sem internet, sem telefone. O jeito era ficar ouvindo rádio esperando o sono
chegar. Passamos a ouvintes assíduos da Voz do Brasil.
Em Florianópolis
anoitece mais cedo que Curitiba. Bem mais cedo! Em compensação, a noite já se
foi lá pelas seis da manhã.
Amanhã conto mais.
Comentários
Parabéns pela nova casa, prometi que não vou morrer sem antes morar a beira mar.
O sul da ilha é a parte mais bela de toda a ilha, tem características de "colônia", açoriana é claro.
Vocês vão descobrir belas praias e lagoas, onde nem a eletricidade chegou.
Saúde, paz, amor, descanso, muitas felicidades.
Um abraço,
Alceu.
Um dia vou aí fazer Nana Praiana...
Bjos