CURSO PREPARATÓRIO
Estou quase convencido
de que há alguma coisa por trás disso. Depois que políticos famosos, supostamente conhecedores ou envolvidos em escândalos, aplicaram a estratégia
de afirmar que “não sabiam de nada” - e o povo, aparentemente acreditou -,
quase me acho convicto da existência de um trabalho psicológico que os prepara
para enfrentar os momentos duros que virão. Devem participar de algum "curso
preparatório". A tranquilidade e a “cara de pau” não se adquirem ao natural.
Uma das armas do
inquiridor para saber se o investigado é ou não culpado, constitui em perguntar
olhando no seu olho. Observar suas reações faciais e ficar atento ao seu
comportamento. As reações externas do culpado podem desconcertar e denunciá-lo.
O que se tem observado
-, na maioria dos inquiridos -, é a sua aparente inocência quando participam de
entrevistas, ou dão declarações públicas. Gritam, esbravejam, batem na mesa se
acham necessário (demônios agitados); mostram-se bonzinhos, controlados,
dispostos a ajudar nas investigações, se julgarem atitude necessária para o
momento (carinhas dóceis de anjos). São os senhores da situação, chegam até a
desestabilizar aqueles que questionam.
Essa atitude não é
simples de ser adquirida. Não é conseguida apenas a sangue frio. Requer uma preparação anterior, de alguém que
já sabe que para manter aquilo que surrupiou não será fácil. Queima todos os cartuchos!
Mas, pelo jeito, nem
todos se submetem a esse trabalho preliminar. Muitos podem até participar, mas,
sem resultados com o curso: denunciam-se no primeiro questionamento, perdem a
tramontana, recorrem à "delação premiada". Alunos reprovados na arte de mentir.
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