CONTRATANDO SERVIÇOS

Sou um  assíduo frequentador dos consultórios odontológicos. Coisa que pouco fiz na infância, exagero agora. Não por gostar, por necessidade.

Até hoje, confesso que nunca um dentista deixou de me garantir o trabalho que se propunha a fazer. E eu, diante das reiteradas garantias,  sempre acreditei e quase nunca me dei bem.

A verdade é que o trabalho resiste uns dois, três anos e novamente estou eu às voltas com um monte de problemas dentários.

Agora me sugerem -  como panacéia para todos os males -  o implante. Será a solução, garantem. Meus dilemas bucais estarão resolvidos. Poderei comer maçã inteira, me agarrar a uma costela a dentadas e saboreá-la como sempre sonhei. Estou propenso a realizar essa nova tentativa.

Mas, por causa dessa minha assiduidade aos consultórios odontológicos, constatei ali problemas que normalmente se repetem. Pergunto: você já viu um sugador - daqueles que te colocam na boca para retirar a saliva quando o dentista trabalha tua boca, funcionar adequadamente? Você já teve a felicidade de ouvir elogios ao trabalho do profissional que fez o serviço anterior? Você já entrou num consultório onde todos os aparelhos funcionam como se fossem um relógio?

Pois um dia desses engripou um aparelho daqueles, justo quando a profissional trabalhava meus dentes. Muito simpática, risonha, delicada, senti que estava com problemas porque não conseguia abrir um comando que liberaria um produto utilizado para fazer a minha limpeza bucal.
Comentou a situação com a assistente, que buscou solucionar o impasse sem resultados. Acabaram solicitando os meus préstimos. Era falta de força nas mãos. Empreguei todas as que me foi possível e abri o aparelho. Voltei novamente àquela cadeira que sempre me apavora e a doutora terminou o serviço.

Agora vou me ocupar com os implantes, mas primeiro preciso fazer as contas. É dinheiro...! Agora vou querer uma garantia que não seja "bucal".   

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