AGUARDANDO VOO



Na sala de espera do aeroporto,

observo o controle dos aviões que partem,

controlo os que chegam

e sinto a rigidez posta no horário.

Variedade de gente se misturam,

povo passageiro que espera,

povo sem destino,

povo com destino.

Uns torcendo para partir,

alguns que anseiam por chegar.

Passageiros indiferentes,

de carregados semblantes,

uns que já voaram tantas vezes.

outros que vão pela primeira vez.

Uns chegam atrasados e se desesperam,

alguns até perderam seus pertences.
E nesse incansável burburinho,

a fila segue,

para a porta do avião aberta.
Será o matadouro posto lá nos ares?

Ou o caminho para encontrar o sol?

Ou o instrumento para realizar sonhos, 

e aterissar na lua! 

 
Vão ocupando seus lugares,

abdicando das responsabilidades,

confiando no comandante.

 
Uns cuidam do ronco do avião

cortando os ares turbulentos,

alguns, indiferentes, dormem.

Um sono de cento e vinte minutos,

a novecentos quilômetros por hora.
Pela estreita janela a terra lá em baixo,

mostra uma natureza pequena,

a voz da comissária avisa da chegada,

enquanto as coisas vão ficando grandes,

Os dorminhocos acordam,

as emoções aumentam ou diminuem.
Pouso suave para alguns,

solavancos e gritos outros.

Foi tão rápido que nem tempo o estreante teve.

O bojo inchado vai ficando vazio,

alegrias e tristezas passam a mesma porta,

seguem uma só fila e tomam os seus rumos.

Tantos destinos diferentes!

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