NOSSA VELHA NOVA RODOVIÁRIA

Ontem estive no Terminal Rodoviário de Curitiba para encontrar minha esposa que chegava do interior. Fazia tempo que não ia àquele local. Fiquei espantado com o que está ocorrendo ali. Alguma catástrofe! -, perguntei-me.
Encontra-se em reformas, constatei.
 
 
Todos sabem que qualquer reforma gera transtornos, mas eles podem ser diminuidos quando se programa o trabalho. Ao se chegar, facilmente se constata que programação foi o que não aconteceu. É uma desordem generalizada. Faltam espaços. As pessoas se chocam pelos corredores apertados e tapumes provisórios. Os ônibus que chegam vão ocupando os locais de desembarques sem qualquer programação, numa luta desesperada de achar o seu. Os passageiros circulam atravessando os lados estadual e interestadual enfiando-se por entre os ônibus. A iluminação precária dá um aspecto de total abandono e feiúra. As paredes estão enegrecidas pela popuição e falta de cuidados ao longo do tempo.
 
Confesso que nunca vi uma desorganização tamanha, uma bagunça dessas. Custou-me acreditar que estava em Curitiba, cidade que sempre primou pela limpeza, ordem e beleza de seus lugares públicos. Custou-me acreditar que haverá jeito de organizar uma desordem dessas.
    • Paciência, estamos em reformas!
    • Sabe,   Excelentíssimo Senhor Governante Público, Curitiba cresceu. Curitiba que construiu essa hoje velha, apertada e decadente Rodoviária tinha 700 mil habitantes e foi no começo dos anos 70.
    • A Curitiba para quem estão querendo reformar essa mesma rodoviária, está com   um milhão e oitocentos  mil habitantes. Três milhões, se considerarmos a Região Metropolitana.  
      Mais uma vez se coloca em prática o costume do "enrrolamento". Vão executar uns remendos com a justificativa de que a Copa do Mundo está aí, sem se preocupar com soluções que possam beneficiar a população que se utiliza daquele terminal.
    •  
  • Olha, aquela senhora foi roubada.
  • Esse é o local que encontraram a mala com a menina esquartejada.
  • Veja: a ambulância está chegando para socorrer aquele senhor atropelado pelo ônibus.
  • Passagens à venda para o litoral – grita o senhor pago pela empresa – o sistema de som está danificado.
Decadência, nada mais que decadência!
Desleixo, nada mais que desleixo!

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