Para os ricos: granitos.
Para os pobres: buracos e lamas.

É a eterna discriminação que se perpetua na história da humanidade. O incidente das milionárias calçadas de granitos da Rua Bispo Dom José, no Bairro do Batel, em Curitiba, reacendeu o espírito de revolta no povo sofrido, porque uns ganham calçadas de granito e outros precisam se conformar com carreiros estreitos e perigosos que seguem as ruas esburacadas dos bairros pobres da Capital.
O incidente serviu também para popularizar ainda mais o recém empossado prefeito que, se servindo da situação, suspendeu os granitos e criou um alvoroçoso debate na cidade.
Numa lei municipal (deve ser no Código de Posturas) está previsto que é de responsabilidade do proprietário a confecção das calçadas em frente do seu imóvel.
As calçadas de granito usaram recursos públicos para serem construídas, o que contraria a resposta que todos os que procurarem a Prefeitura terão quando forem até ela solicitando a confecção de calçadas.
Agora a questão: é justo o procedimento adotado pela Prefeitura pondo nas costas dos proprietários a confecção de calçadas, quando elas são bens públicos, utilizadas por todos e quando o órgão publico é o gestor da cidade?
Essa situação precisa ser revista. É necessário se admitir que calçadas são como as ruas. Naquelas, passam carros; nestas, pedestres. E Curitiba que se considera uma “cidade modelo”, não pode permitir que uns pisem em granitos, enquanto outros utilizem-se de carreiros, isso quando eles existem.
Sugestão para um vereador: propor na Câmara Municipal a alteração da Lei responsabilizando a Prefeitura pela construção e conservação de todas as calçadas públicas.  

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