A PRIMAVERA
Quem diria que também nós
iríamos passar por uma situação dessas! Uma guerra silenciosa e moderna, da
forma como foi feita no Egito e outros países árabes.
Realmente a paciência
esgotou-se e servindo-se do aumento das passagens dos ônibus urbanos, o povo
sai às ruas a protestar. São jovens conscientizados de que se não fizerem alguma coisa, o futuro estará perdido.
O aumento das passagens
foi o pretexto, mas na retaguarda está um infindável número de problemas: a
corrupção vergonhosa do governo, o aumento do custo de vida, o descontrole da
inflação, a impunidade dos políticos ladrões, o desleixo com a saúde e com a
educação, o aumento da insegurança, a aplicação errada do dinheiro público, o
descontrolado desejo de construir monumentos (estádios) para mostrar fausto,
quando a situação chega ao ponto de mais parecer “sepulcros caiados”.
O excesso de impostos pagos, leva o povo a trabalhar cinco meses para o governo.
Em meio a toda essa
manifestação de inconformismo e revolta, o Governo e os Parlamentares parecem
abobalhados, a perguntar o que está acontecendo. Assistem passivamente a tomada do prédio do Congresso sem procurar saber o motivo.
O poder estabelecido - que
tanto combateu a corrupção quando era oposição - transformou-se num corrupto
muito maior.
A Presidente – querendo mostrar-se
democrata – legitima os movimentos na tentativa de acalmá-los. Teimosa e
ditadora, o povo pede pão e ela dá-lhe pedra.
O ex-presidente Lula –
objetivando retornar ao poder, numa atitude demagógica e eleitoreira – condena o comportamento dos policiais, sem
levar em conta que foi ele, quem iniciou esse descontentamento popular, em decorrência
das histórias mal contadas, do “mensalão”, do “eu não sabia”, da proteção aos
antigos companheiros e tantos outros assaltos praticados contra o bem público e
da população durante os seus oito anos de mandato.
Que há grupos desafinados se aproveitando da situação todos sabem, mas está clara a ideia de que os que desejam o bem do País não provocam barricadas, não incendeiam ônibus, não invadem nem depredam bens públicos. Apenas ocupam as pontes e proíbem uma cidade a se movimentar, mostrando sua força, como aconteceu em Florianópolis.
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