FAZENDO A CABEÇA
Se demoro para descer à praia, meu cabelo cresce. Por causa da feiúra que fica, ela já me propôs, várias vezes, que fosse cortá-lo na sua cabeleireira. Fica perto da casa nossa, e sempre me tem repetido que é uma excelente profissional. Acertaria o corte, repete sempre, porque não gosta do modo como a cabeleireira praiana trata da minha cabeça. Eu jamais aceitei a proposta que insistentemente minha esposa faz. Ficar expondo a cabeça a muitas pessoas não é bom, explico! Podem ficar relatando por aí as deformidades que ela contém. As cicatrizes e outras coisas. A profissional dos meus cabelos, tenho a certeza, nunca contou nada a ninguém. Mas outros motivos básicos me levam a continuar com essa mania, segurança e preciosismo: quer coisa mais gostosa que ficar cuidando do cabelo, nariz, sobrancelhas observando o mar que vem morrer ali bem pertinho daquele salão? Passar o tempo sentado naquela cadeira de manicura a observar o rebuliç...