PARA O NOSSO PEDRO
Escuta,
Pedro, no dia que comemoramos o teu primeiro ano de vida, você teve uma árvore
plantada. Foi para registrar o acontecimento. Um pé de Ipê, Pedro! Parece ser
ipê roxo, mas, certeza mesmo, somente com as primeiras flores.
Pedro,
Pedrinho, Pedroca, foi um acontecimento lindo! Uma solenidade ímpar para gravar
este teu segundo dezembro.
Teu
pai e tua mãe estavam muito felizes. Teus avós Mário e Lourdes, Miguel e
Solange não se continham de alegria. Estiveram todos os teus parentes de
Niterói, de Nova Friburgo e os tios de Florianópolis: Gelson e Felipa.
Uma “coisinha”
tão pequena, mas que todos consideram muito! Depositam esperanças e lhe
atribuem a função de continuar a geração.
O
pé de Ipê foi plantado na casa de praia da vovó Solange e do vovô João. Está lá
bem na frente. Teu pai comprou adubo para fortalecer a pequena árvore. Tão pequena
quanto você! Por isso, os presentes esperam que o Ipê cresça, fique
grande, dê sombra, embeleze a parte frontal da casa da vovó.
Mas
Pedro, todos torcem para que você também cresça. Evolua. Torne-se homem. Ame.
Tenha muitos desejos e consiga realizar os sonhos que tiveram teus pais
quando fizeram você.
O
pé de Ipê vai ficar ali, e sempre que fores para o Condomínio Verão Vermelho,
Rua 13, casa 15, poderá vê-lo, observá-lo e saber que está ali por sua
causa. Foi uma forma encontrada para marcar o teu primeiro ano. Está com um ano
a menos que você e foi plantado num dia festivo, alegre, de céu azul e calor
forte.
Esta
árvore tem muitas desvantagens em relação a você: Não é capaz de sonhar. Nunca
poderá sorrir nem reclamar. Não terá possibilidade de sair do lugar onde foi
plantada. Não lhe será permitido conhecer outros lugares. Passarinhos pousarão
nos seus galhos. Poderão construir até ninhos, mas nunca será uma árvore
qualquer. Para nós, ela é e será a árvore do Pedrinho.
A atual
fragilidade dela se compara a tua. Ambos estão a requerer proteção e cuidados. Ambos
vencerão etapas, trocarão folhas, produzirão flores, espalharão frutos e deles
nascerão sementes que ao germinarem produzirão novas vidas.
Fausto
e Alice, não deixem que essas pequenas vidas passem sede. Providenciem adubos
periódicos. Indiquem e facilitem os caminhos, sem conduzi-los. Utilizem
cuidados pedagógicos. Abortem o conforto e o sono se precisar. Dominem a ira e usem da
paciência. Só assim se produz uma árvore forte e um ser humano sadio e normal.
Comentários