A COPA NOS VERSOS DE DRUMMOND
As
copas do mundo de futebol contagiam as pessoas. Criam tensões e esperanças nas
populações de todos os países envolvidos. Poucos admitem que estejam competindo
por competir.
Para
o Brasil, ficou marcada na memória de muitos, a Copa do Mundo de 1978. Foi uma
tristeza coletiva. Perdemos tendo a equipe mais técnica e a que melhor jogava. Aconteceu
uma tristeza nacional.
O
poeta Carlos Drummond de Andrade, no poema “Foi-se a Copa?” (24/06/1978),
registrou seu sentimento de uma forma irônica,
debochada e indiferente. Mostrou nos seus versos que com o fim da Copa o
brasileiro poderá cuidar dos seus problemas. Explica que perdemos por não
termos feito os gols suficientes, por não terem nossos jogadores acertado o
alvo. Menciona problema atual que já existia na época.
A
copa passou, mas não conseguiu levar a inflação. Dá-nos a receita para
dominá-la: trabalho, luta, persistência. Se assim fizermos, embora tenhamos
perdido a Copa do Mundo de Futebol, ganharemos a Copa da Liberdade, ou seja,
seremos livres, donos do nosso nariz, independentes.
Veja
o poema:
FOI-SE
A COPA?
24/06/1978
Foi-se
a copa? Não faz mal.
Adeus
chutes e sistemas.
A
gente pode, afinal,
Cuidar
de nossos problemas.
Faltou
a inflação de pontos?
Perdura
a inflação de fato.
Deixaremos
de ser tontos
Se
chutarmos no alvo exato.
O
povo, noutro torneio,
Havendo
tenacidade
Ganhará,
rijo e de cheio,
A
Copa da Liberdade.
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