AUSENTE


Estou sem notícias há mais de um ano.
Sento ao computador ansioso.
Encho uma taça de vinho,
e a sorvo lentamente.

Com quem buscar notícias tuas,
pois escrevo e não me respondes?

Celular calado...
Telefone fixo diz que mudou de número.
O mal do cosmopolitivismo:
ninguém sabe,
ninguém viu...

Estará desaparecida?
Cansou de jurar-me amor?
Impôs-me o silêncio como castigo?

Tento no email...
aciono o feicebuque...
 ninguém fala de você.

Sonhei contigo nesta noite:
Andavas sozinha num lugar desconhecido,
umas roupas estranhas que não usavas antes,
e parecias triste.

Estrada cheia de curvas.
Árvores interceptando o caminho.
Sofrimento pela face.
Olhar distante, sério e fixo,
que não piscou nuns olhos vítreos.

Chamei-a, Lúcia...!
Não ouviu minha voz,
Saltou um tronco que cruzava a estrada,

E sumiu depois na curva. 

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