CONTRASTES

Curitiba é uma cidade admirada e comentada por todos os lugares. Conhecida na Europa, nos EUA e na Ásia, é a cidade mais européia do Brasil.

Realmente, visitando outras capitais brasileiras, podemos logo notar nítida superioridade da capital paranaense. Não foi sem motivo, que a Revista Forbes à classificou como a cidade mais inteligente do Brasil.

Mas apesar de tantos atributos e ostentar um centro dotado de ruas, avenidas, prédios e arquitetura invejáveis, capazes de extasiar qualquer turista, grande parte da periferia sofre de problemas crônicos.

Vou citar apenas um: Curitiba quase não tem calçadas nos bairros. A Prefeitura, sem uma razão justificável, simplesmente não constrói calçadas. Atribui a responsabilidade aos donos dos terrenos.

Por esse motivo, ocorre uma bagunça generalizada. Os que constroem não obedecem as normas e as consequências disso é uma diversidade de calçamento, sem qualquer padrão e quase sempre mal executado, que, ao invés de embelezar, deixa até feio.

Quando as calçadas inexistem, predomina o mato e os pedestres caminham pelo asfalto, geralmente esburacado, expondo-se ao constante perigo do atropelamento.

Na parte que me toca - num trabalho conjunto com os meus vizinhos - fizemos as nossas calçadas, plantamos árvores e também construímos pequenos jardins.

Cuidamos e conservamos esse espaço com constantes podas, efetuando limpezas sempre que necessário.

Mas o triste da história vem agora: está sempre cheio de latinhas de cerveja vazias e plásticos. Os alguns vizinhos da parte interna do condomínio e também da rua, se acostumaram a trazer seus cachorros e, desavergonhadamente, os poem ali para que façam suas necessidades.

No dia da poda e das limpezas, não há quem aguente o cheiro de urina.

Falar já foi falado.

Pedir que não façam isso, já foi pedido.

Alegam que o lugar é público.

Quantas vezes vem-me a vontade de abandonar tudo!