POSIÇÃO ESTRANHA
Nos dias 27 e 28 (ontem e hoje), participei de palestras acontecidas na 1ª Jornada Paranaense de Educação a Distância. Iniciativa do Conselho Estadual de Educação do Paraná, com o apoio da Secretaria de Estado da Educação e da FECOMÉRCIO e da qual fui um dos coordenadores.
As palestras ocorreram no SESC da Esquina, em Curitiba, e foram altamente proveitosas. Surpreendeu-me a participação de cerca de 150 pessoas, vindas de todas as regiões do Paraná.
O tema principal: Educação a Distância.
A Educação a Distância constitui, na atualidade, uma alternativa que vem substituindo a educação presencial, criando soluções e oportunidades, mas trazendo uma série de problemas.
A impressão que se tem é que o setor educacional no Brasil não estava preparado para receber esse tipo de educação, pois se mostra frágil e apresenta enormes dificuldades de impedir as irregularidades praticadas.
Pessoas inescrupulosas aproveitam da situação e criam escolas totalmente irregulares. Iludem a população menos esclarecida, comercializando e negociando certificados sem qualquer validade.
Assim, o encontro tinha como objetivo principal, debater, para encontrar maneiras capazes de resolver os problemas e tornar esse tipo de educação mais confiável e eficiente.
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Mas a surpresa que tive foi logo na abertura dessa Jornada. Nela usaram da palavra o Secretário da Educação, Flávio Arns; o Presidente do Conselho Estadual, Romeu Gomes de Miranda; a Presidente da UNDIME, Cláudia Maria da Cruz; o Presidente do SINEPE, Ademar Batista e a Presidente da APP – Sindicato, Marlei Fernandes.
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Foi a Professora Marlei Fernandes quem me surpreendeu. Em nome de um Sindicato tão importante como é o Sindicato dos Professores - do qual sou um dos filiados - manifestou-se claramente contra a Educação a Distância, defendendo que a educação deve ser exclusivamente presencial.
Não acho que essa posição seja a correta. Entendo que a Educação a Distancia é uma modalidade de ensino que veio para ficar. Ser contra é “chover no molhado”. É estar exposto para ser levado pelo progresso e pela inovação.
O que a APP – Sindicato deveria defender era a aplicação de um melhor controle, uma fiscalização severa, um aperfeiçoamento da EaD que está sendo oferecida, capaz de evitar a evolução do “comércio de certificados”. Deveria lutar para que os conteúdos ofertados fossem, no mínimo, iguais aos existentes na educação presencial. Por-se ao lado daqueles que estão imbuídos da tarefa de descobrir alternativas e aperfeiçoamentos.
Não concordo, e acho um retrocesso pregar apenas educação presencial. É um desejo de permanecer na “caverna”, com receio de enfrentar a realidade existente. É medo de se expor ao progresso, um certo comodismo e até falta de democracia.
Comentários
Joacy M Botelho (botelho@sercomtel.com.br)
Mario