PREPARAÇÃO



Por força da situação, todas as manhãs, antes de sair de casa para o trabalho, acostumei-me a um exercício: faço uma preparação mental e psicológica para sobreviver no trânsito, no trajeto de dez quilômetros entre minha casa e o local do trabalho, que faço diariamente.
Procuro acalmar-me. Conscientizar-me do problema que irei enfrentar. Peço-me paciência. Imploro-me: - calma, Mário!
As ruas de Curitiba estão ficando sem controle. Na hora do movimento maior, o motorista perdeu o respeito. Individualizou-se. Não quer nem saber do carro que está a seu lado, frente ou atrás. Quer chegar e pronto!
Fura sinais. Força ultrapassagens. Buzina. Xinga. Faz aqueles gestos que todos já conhecem. Está enfurecido. Psicologicamente descontrolado.
Penso também nos motoqueiros.
Senhor, dai-me paciência com os motoqueiros! Faça-me ágil o suficiente para vê-los de onde estão vindo, se do lado direito, se do lado esquerdo, se não vão passar por cima de mim. Se o retrovisor do meu carro vai escapar da degola.
Por causa dessa preparação, consigo grandes avanços na minha educação de trânsito. Tenho chegado inteiro ao trabalho, sempre com retorno garantido no final da tarde a minha casa.

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