FALHA NA ESCRITA




Quando eu tinha seis anos,


fui pela primeira vez à escola.



Ficava longe da minha casa


e se criança sabe fazer isso,


preciso dizer a todos


que me preparei muito para esse dia.



Imaginei tantas e tantas coisas,


fiquei a pensar como tudo seria.



De meus pais,


ganhei um lápis e uma borracha,


uma sacola simples onde coube o meu caderno,


um lanche e nada mais.


Faltou dinheiro para o livro.



Vestiu-me minha mãe,


numa roupa nova e bem limpinha,


mas tive medo, muito medo,


quando vi todas aquelas crianças reunidas,


aguardando pelo nome.



Iam ocupando os seus lugares


e as salas ficavam cheias.



O meu nome não foi chamado,


assisti o desocupar do pátio


e porque não ouvi meu nome...


chorei.



Chorei nem sei por quanto tempo,


chorei que minha roupa nova,


ficou toda manchada


de lágrimas e pó.



Mas uma professora se achegou de mim,


acariciou-me,


colocou-me no seu colo,


pediu meu nome.



Mario José entre soluços eu disse.


Na lista de chamada constava Maria José.



Então tiraram a perninha que puxava para baixo


e ganhei um lugar no primeiro ano,


numa carteira bem à frente.



Esconjurei a secretária que me quis menina.



Felicidade a minha:


a mesma professora que sarou meus prantos


foi quem me iniciou no bê a bá.

Comentários

VilmaSouza disse…
De meu início no primeiro ano lembro-me até hoje da professora LEDA da Escola Roque Vernalha em Paranaguá, uma simpatia, por causa dela em todas as minhas redações feitas desde aquela época eu queria ser professora. Bjs
Anônimo disse…
Parabéns Mário, o seu versejar captou com muita amorosidade este momento mágico e importante na vida de todas as crianças.Beijo.carmem

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