OBSERVANDO O TRÂNSITO

Estou agora, às sete horas e trinta minutos, indo para o trabalho. Percorro uma daquelas “rápidas” que ligam os bairros ao centro da cidade.
Loucos para chegar no horário, eu e todos aqueles que estão a minha direita, esquerda, atrás e à frente. Quatro pistas de mão única, apinhadas.


Faz uma semana que me dei ao capricho de observar o comportamento dos motoristas, naqueles nove quilômetros que me separam dos meus dois locais de paz. É uma coisa curiosa e assustadora!

Mistura de gente, carros de todos os tipos, caminhões, ônibus, motocicletas, mini-ônibus escolares, bicicletas e até alguns corajosos tentando atravessar a rua.
E, nesse entrevero, “bobeou o cachimbo cai”.

Têm os carros femininos, os masculinos, os conduzidos por pessoas mais idosas, aqueles que ao volante trazem jovens motoristas, os cautelosos, “os barbeiros”, os habilitados e os desabilitados. Sem esquecer, é claro, dos que tomaram “umas” durante a noite e cedo estão retornando naquele estado.

Nessa confusão e correria, sempre gosto de observar o comportamento das mulheres ao volante. São colírios aos nossos olhos! Tem as que dão um sorriso, mas a maioria segue tesa.

Num desses dias, o veículo que permaneceu atrás por uns cinco quilômetros, trazia uma jovem lá com os seus vinte e dois, vinte e três anos. Calculei essa idade observando-a pelo retrovisor.
Dirigia o tempo todo de forma agressiva e perigosa. Freava seu carro sempre a um metro do meu, falava ao celular, ziguezagueava tentando podar-me. Chegou a dar sinal de luz.
Deduzi que devia estar atrasada, porque, apesar da aparente pressa, sempre que tinha uma folga, punha-se ao espelho passando batom ou ajeitando os cabelos. Cuidava das sobrancelhas e também ajeitava as unhas.

Não me considero um santo no trânsito. Tenho lá os meus cuidados, mas conclui que devia deixar aquela motorista passar já que parecia meio transtornada e deduzi que, a continuar daquele jeito,  acabaria por me bater.

Abri um pouco e ela passou. Deu um toque na buzina e um “thauzinho” com a mão, mas percebi que ainda não terminara o serviço de passar batom. Cruzou o primeiro sinaleiro no vermelho, quase atropelando um motoqueiro que já tinha arrancado na outra rua. Não a vi mais.
Será que resistiria ao trânsito, com aquele comportamento? - me perguntei.

Comentários

Um dia uma louca queria me matar, achou ruim q eu cruzei a beleza, ela estava muiitooo longe e dava tempo para cruzar, mas a dondoca, estava correndo tanto q achou ruim em ter q diminuir um pouco, nossa, q raiva q me deu...mas a sua aí foi educada,kkk, sei não, se ela encontrar pessoas legais como vc, td bem, s não...é batida na certa...Abçooo Máriãoo!!
Anônimo disse…
que fauna perigosa!!
bom mesmo é ir para o trabalho caminhando... enquanto posso.
abraço
fausto

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