IMPASSE
O
Presidente da Câmara dos Deputados Federal, Marco Maia, deu uma
declaração no mínimo preocupante, para não dizer infeliz: disse
que não acatará a decisão do Supremo Tribunal Federal se este
condenar os Deputados envolvidos no esquema do mensalão,
caçando seus mandatos.
O Presidente alega que caçar mandato de Deputado é competência da Câmara, não do Supremo.
Acontece
que os Deputados sujeitos a perderem seus mandatos foram condenados
com sentenças de prisão e também obrigados a devolver o dinheiro
desviado. São réus julgados e irão para a cadeia porque
praticaram irregularidades. Não há como entender que um preso
continue sendo Deputado.
A
Câmara reunida teria competência para proceder esse julgamento? Há
legalidade no voto de um Deputado condenado votando sua própria
caçassão? Parece que não.
Por
outro lado, não acatar uma decisão do Superior Tribunal Federal
implicaria num desrespeito às leis maiores. Seria um mau exemplo que
poderia ser seguido por todos os brasileiros (todos são iguais
perante a lei), provocando um desmando e uma desordem coletiva.
Sem
dúvida o mundo inteiro comentaria o acontecido, e estaríamos
ingressando num caminho perigoso de desordens, desrespeitos às
normas, enfraquecimento dos poderes constituídos, tendo como
“puxadores-vanguardeiros”, os Deputados Federais.
A
declaração do Presidente Marco Viana reflete um pensamento
arraigado entre os deputados de que não existe lei acima deles.
("L'Etat c'est moi", ao estilo Luís XIV). Podem fazer o que lhes
aprouver e tudo fica por isso mesmo.
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