FALTA DE ÁGUA NA ILHA
A
imprensa noticiou o que todos previam, menos a CASAN: faltou e continua
faltando água na região norte da Ilha de Santa Catarina, onde estão
concentradas as praias mais badaladas de Florianópolis.
Um
representante da Companhia de Águas, - que foi apanhado de surpresa, porque ela dificilmente apresenta explicações -, perguntado para que esclarecesse os motivos
dessa falta, limitou-se a dizer que “foram surpreendidos com o número exagerado
de veranistas”.
Explicação que não convence e torna-se até irritante. Seria mais correto se fosse realista esse representante, que dissesse a verdade, talvez admitindo a inoperância da CASAN.
Imaginem
vocês, faltando água em Jurerê Internacional, Canasvieiras, Ingleses, Ponta das
Canas, Cachoeira do Bom Jesus, Costão do Santinho! Pois é..., só a “nata”,
obrigando-se a tomar banho com água mineral, ou comprando água superfaturada de
caminhões pipas.
O
governo catarinense, através de seus órgãos de turismo, realiza um trabalho
enorme para atrair o turista e a CASAN não consegue abastecer água, produto de fornecimento obrigatório,
conforme prevê a lei.
Mas
o que chama atenção é que não se noticiou a falta de água na região sul da
ilha: Campeche, Morro das Pedras, Pântano do Sul, Ribeirão da Ilha, etc. Parece
que não faltou. E sabem por que não faltou? Não faltou porque a CASAN quase não
opera nessa região. Os moradores cansaram de pedir ligações de água e, diante
da eterna ineficácia, apelaram para as “ponteiras”, solução caseira, mas
garantida.
Não
se sabe a qualidade dessa água, o que se tem certeza é que ela existe em
abundância. É só furar de dez a quinze metros de profundidade, colocar um cano
PVC, um filtro na extremidade e uma bomba e ela jorra. “É água cristalina e
mineral”, diz um furador de “ponteiras”, propagandeando seu trabalho.
Pois
eu e meus vizinhos de rua estamos a um ano e meio pedindo água para as nossas
residências. Estamos com habite-se da Prefeitura. E, pasmem: a rua possui rede
de esgoto construída há vários anos, mas até o momento sem funcionamento. Dizem
que os dois Departamentos da CASAN: o responsável pelo fornecimento de água e o
encarregado do esgoto nem se conversam e dá nisso, um não sabe o que o outro
faz.
Já
foi feita solicitação até para o Presidente e a CASAN não se dignou a dar
sequer uma resposta. São apenas cem metros de ampliação de rede e nada,
absolutamente nada. Um paquiderme adormecido essa CASAN!
Os
aqui do Sul da ilha não têm a força que possuem os do Norte. Lá a imprensa
divulga, acusa contaminação, entrevista, filma, faz de tudo. Nós aqui estamos
curtindo nossas “ponteiras” que fornecem água em abundância, mas, certamente,
uma água contaminada, pois as fossas não estão a mais de dez metros do poço,
considerando que também esgoto não existe.
Fazer
o quê? Contentar-se com a água que vem da natureza, sujeita aos chorumes das
nossas fossas, ou entrar na justiça solicitando que a CASAN cumpra sua
obrigação?
Comentários
Acredito que ele não tem nem bago roxo, se tivesse iria para o Saara.
Faltou água em todo o litoral catarinense, mas vai sobrar ano que vem, milhares de turistas não irão mais. Tenho amigos que voltaram para casa após três dias sem banho.Nunca mais Bela e Santa Catarina. Em Balneário um vereador é o dono dos carros pipas que abasteciam na concessionária, preços iniciais de R$450,00 a carga, no final de ano R$3.800,00.
Só cadeia seria a solução.