ANALISANDO SITUAÇÕES
Passados quase dois
anos de Florianópolis, já me considero apto para falar um pouco da população
que aqui habita, dos problemas que enfrenta, das carências e coisas boas
existentes. A história conta que a cidade foi fundada por bandeirantes paulistas
e que na sequência aportaram à ilha os açorianos. Estes foram os que
asseguraram a posse ao reino de Portugal, ilha sempre cobiçada por espanhóis, ingleses
e franceses, naquela época.
Hoje, além do
habitante primitivo, Florianópolis é uma mescla de pessoas vindas de muitos
lugares. Gaúchos, paranaenses, paulistas, cariocas, mineiros, enfim, representantes
de quase todos os estados brasileiros estão presentes. Várias são as razões
dessa chegada.
Em razão disso, o
famoso “manezinho” parece estar sofrendo uma influência marcante, se
transformando e absorvendo os costumes dos que chegam, com sabidas dificuldades.
Se formos nos
dedicar a um estudo mesmo que superficial, com muita facilidade será possível
constatar as diversidades existentes. A própria geografia da ilha mostra uma
marcante evolução da parte norte, em todos os aspectos. O centro já não oferece
condições adequadas de ocupação e quase que a totalidade dos investimentos
públicos e privados estão voltados para as praias ali localizadas. O próprio
setor imobiliário investe pesado no norte. Ali moram ou possuem propriedades, centenas de pessoas abastadas do Brasil e do exterior também. Casas existentes
em Jurerê Internacional valem fortunas. Ao passear pela região se tem a
impressão de que não estamos no Brasil, mas num país do primeiro mundo.
É para o norte da
ilha também que está direcionada a Rodovia duplicada (SC 401) e em duplicação a
SC 403, que chegará à praia dos Ingleses. A parte duplicada da SC 405, no
sentido sul, termina num congestionamento permanente no início do Rio Tavares.
Não constatamos
qualquer movimentação do setor público para resolver problemas de tráfego em
direção ao sul da ilha. O setor privado investe timidamente. Motivos para isso
devem existir -, talvez o espírito conservacionista que tenta deixar essa parte
mais protegida da fúria imobiliária. Mesmo assim, no período de temporada, nos
finais de tarde, facilmente se constata filas intermináveis que começam em
Açores e Pântano do Sul vindo a se diluir apenas no Rio Tavares. Em razão da
acessibilidade comprometida da parte sul, as pessoas que ali moram têm enormes
dificuldades de se locomover até o Centro. A grande maioria já se habituou a
utilizar determinados horários do dia, sempre menos congestionados e com
isso vão resolvendo seus problemas.
Enquanto o problema
da acessibilidade não é resolvido, o que não pode acontecer é privar o sul da
ilha dos direitos essenciais como conservação e calçamento de ruas, água
tratada, energia elétrica, saúde, educação e segurança.
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