OS DEFENSORES
Tenho observado o comportamento de
pessoas defendendo, com unhas e dentes, o mandato e a administração dos
governantes atuais. Mesmo diante da situação de quase ingovernabilidade pela
qual atravessa o País, indivíduos que se intitulam fundadores do Partido
afirmam que o governo atual é excelente, que precisa continuar, que ladrões e
incompetentes eram os outros, etc. e tal.
Se pararmos e analisarmos apenas superficialmente,
veremos que grande parte dos que desempenham ou desempenharam cargos
importantes no governo, trataram de encher os seus bolsos, despreocupados com a
Nação.
Mas isso também já ocorreu no
passado. Governos de outros partidos se envolveram com a corrupção; roubaram,
sugaram até o último centavo e, tristemente, o povo os aplaudiu porque “roubaram,
mas fizeram”. Esses desmandos estavam quase esquecidos, porém foram reavivados
pelos mandatários atuais, numa espécie de revanche (reativaram a memória falha
e o senso de impunidade), tentativa desesperada de justificar os acontecimentos
presentes.
O que chama atenção é a disposição
com que esses defensores do Governo o estão acobertando, aparentemente sem
qualquer compensação. Fico a lembrar
daquele ditado de que “quem faz as guerras são os generais e quem morrem são os
soldados.” Ou ainda aquela outra: “Papagaio
come milho e periquito leva a fama.” Limitam-se a apontar os erros dos
antecessores, dizendo que também eles roubaram.
Tivemos avanços? Tivemos! Mas os
avanços não podem ser entregues à população como se o beneficiado, em troca,
concordasse com o esbulho do País. Quando
o povo elegeu os atuais mandatários o fez pela promessa de que haveria um
aperfeiçoamento, mais igualdade, mais direitos, combate à corrupção e aos
desmandos, segurança e ordem, saúde e educação dignas.
O País propalado durante a campanha
política ficou no passado. O País no qual estamos vivendo é bem diferente: mais
real, mais duro, desprovido de sonhos e fantasias. Um País empobrecido e
consumido pela corrupção, cheio de desigualdades e injustiças. Um País que
ocupa as manchetes dos noticiários mundiais pelo esbulho praticado na sua
estatal mais poderosa: a Petrobrás.
Os defensores de uns ou de outros,
esses coitados, sempre coniventes com as situações, refletem e representam uma
herança, uma triste herança, e não conseguem viver sem a presença de ídolos
para defendê-los e idolatrá-los!
Comentários