EU TAMBÉM VOU QUERER

Leio jornais, assisto televisão e fico sabendo que juízes, desembargadores, servidores ativos e inativos do Poder Judiciário do Paraná foram beneficiados com uma “Lei de Exceção”. Já sancionada.

É uma lei que vai ressarcir essa classe de funcionários públicos devolvendo as despesas que tiverem com planos de saúde privados. O procedi-mento é simples: o servidor apresenta o comprovante das despesas e recebe o dinheiro gasto.

O Ministério Público contesta essa concessão, alegando que se está protegendo uma classe de trabalhadores, em prejuízo das demais. Para isso cita o princípio da “isonomia”. Isonomia quer dizer que todos têm os mesmos direitos. O próprio Ministério Público conclui que a Lei é inconstitucional.

Cita ainda que essa medida vai abrir precedentes para que outras categorias reivindiquem o benefício. Isso acabaria onerando sobremaneira os cofres públicos.

O Presidente do Tribunal de Justiça contesta o Ministério Público dizendo que como o SUS (Sistema Único de Saúde) e também o SAS (Sistema de Atendimento ao Servidor) não funcionam, e a finalidade deles é oferecer saúde gratuita, a Lei que os beneficia é justa.

Utilizando-me do princípio constitucional da igualdade de direitos, eu também vou querer ser contemplado com esse benefício.

Certamente, a minha classe - a dos professores -, será a primeira a reivindicar. Virão a dos policiais, dos advogados, dos engenheiros, dos a-grônomos, e todas as outras que compõem o quadro de funcionários públicos estaduais.

Como realmente nem o SUS, nem o SAS, funcionam - e nisso o Presidente do Tribunal de Justiça tem razão -, vamos reivindicar nossos direitos seguindo o pessoal da justiça.

Mas o duro é entender o porquê a justiça quer benefícios só para ela? Ela que deveria ser a guardiã das garantias constitucionais! Já andou dando-se outros aumentos, que depois lhe foram tirados.

No fundo, no fundo existe uma coisa boa: vamos entrar no mesmo bolo e sem qualquer vergonha: eu também vou querer um pedaço dele.

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