UM MÊS
Tenho recebido muitas ligações e “emails” de amigos e conhecidos
que ainda parecem não entender o que aconteceu. Assim, de uma hora para a outra,
abandona a buliçosa Curitiba e vai viver no silêncio do Bairro Campeche, em
Florianópolis.
Custam entender o ocorrido. Mudança da água para o vinho. Destaque
em Curitiba, Secretário do conceituado Conselho Estadual de Educação, Assessor
na tumultuada e prestigiada Vice-Governadoria, no Palácio Iguaçu.
Perguntam-me o que estou fazendo, ou o que fiz durante esses
trinta dias de Ilha. Respondo-lhes que nada mais do que organizar as coisas na
nova casa. Acertar o lugar de um móvel, colocar as cortinas, pintar o muro,
ajeitar o varal, regar a grama que está nova, plantar umas árvores, ajudar a Lu
na formação da horta.
Nesse domingo passado - dia das mães - inauguração da churrasqueira.
Como ficou boa! Nada de fumaça que nas mal confeccionadas se espalha pelo recinto
fazendo os presentes chorar.
Apesar disso tudo, ainda tem sobrado tempo. Andar pela
praia acontece quase todos os dias logo cedo (a Lu é minha companheira) e ali
se caminha pelas areias, molha-se os pés nas ondas calmas, sem pressa a vagabundear.
O sol de cedinho faz um bem!
Bem à frente, a Ilha do Campeche, bela e misteriosa, desafia o Atlântico. Dá uma vontade de ir lá!
Vou acabar indo. Tem barcos de aluguel que realizam a travessia.
- Está se sentindo bem? – perguntam-me?
- Livre como um pássaro, respondo. Acabaram-se os dias da
semana. Quando a monotonia parece quer chegar, o negócio é fazer alguma coisa.
Ainda
ontem executei os reparos necessários para poder andar de bicicleta. Meu
projeto é conhecer as praias todas desta Ilha andando de magrela. Estou fora de
forma e as andadas que dei ontem deixaram os músculos todos doloridos. Não adiantou
as trocas de marchas, minhas “batatas das pernas estão reclamando”. Hoje programei mais uma andada. Preciso adquirir condições mínimas para realizar
meu projeto.
Difícil entender? São quarenta anos de trabalho público. Já não chega?
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