TREZE DE MAIO
Treze de maio sempre esteve marcado em minha vida.
Há uma música religiosa presente até hoje, cujo primeiro
verso: ”A treze de maio, na cova da Iria, apareceu brilhando, a Virgem Maria.”,
cantávamos no seminário de Palmas para comemorar o aparecimento de Nossa Senhora,
em Fátima, Portugal, aos três pastores.
Essa mesma data marca a assinatura da Lei Áurea, pela Princesa
Izabel, abolindo, oficialmente, a escravatura negra no Brasil.
A primeira, de cunho essencialmente religioso, atingiu uma
repercussão mundial, colocando Portugal na mídia e oferecendo novas
alternativas turísticas que alavancaram a economia de uma região paupérrima do
País - no entendimento do escritor português Miguel Souza Tavares - em seu livro Equador
– Editora Nova Fronteira.
Já o segundo acontecimento que se comemora nessa data reveste-se de um profundo significado social/econômico.
A Abolição da Escravatura não foi fácil como pareceu no papel. A Lei promulgada,
mas desrespeitada nos primeiros tempos, necessitou de pressões mundiais para
que fosse cumprida. Nem a muitos negros interessava o fim do comércio escravo e
resistiam ao cumprimento.
O Brasil, despreparado e sem uma avaliação clara das consequências
e dos resultados, sofreu um abalo enorme. Os próprios beneficiados sentiram-se
perdidos e sofrem até hoje as consequências.
A verdade é que a Lei Áurea - com todos os seus percalços - curou uma ferida dolorida, prescreveu igualdade entre os seres humanos e oportunizou
rumos e caminhos novos.
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