DE NOVO O PÉ DE IPÊ
Não
entendo nada de botânica, mas estou achando estranho o comportamento do nosso
pé de ipê. No final do verão começou a murchar as folhas.
Comentei o fato com a
Lu dizendo que ele estava morrendo. Ela me tranquilizou dizendo que aquilo era
natural uma vez que o ipê perde as folhas no outono. Lembrou-me que ele era
meio atípico, pois havia soltado flores muito tardias e eu concordei com sua
observação. Disse-me ainda que tinha crescido e soltado galhos novos.
Mas
hoje, fazendo uma observação mais detalhada, acho que ela não tem razão. Alguma coisa estranha está acontecendo. Todas
as outras árvores da redondeza -, mesmo as da família do ipê -, estão com suas
folhas verdes.
Começo a ficar triste porque é a única árvore do nosso quintal a
dar sombra. As outras estão muito pequenas e levarão tempo ainda para serem
grandes.
Os canários e as pombinhas rolas que vêm comer as quirelas que não
deixo faltar, não terão um lugar ameno para pousarem. Que tristeza, as folhas
estão murchas e ficando pretas! Logo, logo começa a queda!
Já
ando a fazer planos: caso realmente morra, vou deixá-lo ali expondo seus galhos
secos. Ipê tem madeira dura e eles resistirão, por longo tempo, solitários e tristes, expostos ao sol e às
intempéries, pois servirão de abrigo e pouso para os canários virem cantar. Comprarei
duas mudas já grandes e viçosas para plantá-las por perto e ficarei observando seus crescimentos.
A
Lu notou que está soltando brotos novos, viçosos e verdes poucos centímetros
acima do solo. Constato que realmente isso é verdade. É o terceiro procedimento estranho.
Convém aguardar!
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