SENSAÇÕES

Eu duvido que exista,
uma passarela mais rica da que tenho
aqui na rua da minha frente!
Uma variedade incalculável
de pessoas que desfilam,
descendo ou subindo seus dois lados,
seguindo adiante.

Passo tempo observando os que seguem,
uma infinidade de pessoas,
todas diferentes:
jovens, velhos, alegres e tristes,
pobres e ricos,
apressados, outros tranquilos,
sorridentes,
mas há os que choram,

param à sombra das árvores amigas,
descansam,
falam,
gesticulam,
gritam,
abraçam-se,
injetam-se ânimo
e seguem.

No começo da primavera,
nos dias limpos de sol,
o número de passantes é maior.
Mostram seus corpos,
com roupas curtinhas,
atiçando meus sentimentos.

Seguem em passos sutis,
bamboleantes
e eu sempre testado,
nestes oscilares provocantes,
posto em temperaturas variadas.
Sentindo vontades diferentes,
desejos graduados,
como no oscilar de um termômetro,
estou vivo...!

As coisas boas poderiam ser minhas,
as feias que ficassem com os outros,
Ante a alternativa da escolha.
Possessivo e deslumbrado,
bem sei que não dão conta.
Vivem seus mundos,
sentem seus problemas,
derramam suas lágrimas,
enxugam seus prantos,
nada disso eu partilho.

E na superficialidade da visão distante,
desta janela do segundo andar,
nunca me aproximo fisicamente
nem ouço suas vozes,
nem sinto seus sorrisos.
Mas os sonhos e os desejos andam soltos,
voam, revoam, enquanto o povo passa.
Seguem os jovens, seguem os velhos,
caminham os feios e os bonitos,
nem sei se alegres ou se estão aflitos
levam projetos, idealizam sonhos,
que não conheço,
vou na minha trilha,
sempre "solito"!

Comentários

Q lindo, por mais que estejamos rodeados de pessoas, muitas vezes, nos sentimos solitos mesmo!!adorei !!

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