JUNHO
J unho é tão rápido: nem bem começa termina, passa como um vendaval, ao embalo das pipocas, amendoins e quentão, recheado de meninas, que fazem festas juninas, na noite de São João! H á risos e alegrias, namoricos nas quadrilhas por conta dos muitos santos: tem Antônio, tem João, gente saltando fogueira, alimentando as folias. N ada aqui está ruim, tem Pedro e o santo Paulo, santos que não tem fim... R oupas de lá, blusas grossas, fogueiras já se acabando: falta lenha pra queimar e fumaça é puluição. E junho me traz saudade, junho é um mês tão diferente, nele também nasci, numa noite invernal, estranhando o frio do mundo embora fogueiras queimavam, naquele dia gelado, mas quente de tanto afeto. C omo ele, passo ligeiro, dissolvo-me pelas fogueiras, lembrando de meu passado, vivendo os junhos que chegam, sem me dar por satisfeito.