DOIS BRASIS
Agora não adianta ficar chorando o leite derramado. O brasileiro sofre com a derrota que acaba de ter. Do local onde trabalho, num edifício do outro lado da rua, que tem 22 andares, vejo uma bandeira em cores verde e amarelo que está presa na cobertura e vem até o 17 andar. É grande e esvoaça presa apenas numa das pontas. Foi colocada ali na certeza de uma vitória.
Bandeiras parecidas havia na maioria dos andares, todas representando a esperança.
Recordando a partida, não consigo entender o que aconteceu. Fico a me perguntar como é possível duas situações tão diferentes. Falo do primeiro tempo do jogo quando a Holanda foi totalmente dominada, levou dois gols, um deles anulado e não dava sinais de reação.
Júlio César quase não pegou bola. Uma partida que só deu Brasil, nos primeiros 45 minutos.
Mas o segundo foi uma catástrofe. Todos os problemas que estavam encobertos vieram à tona. Só deu Holanda. Até o nosso goleiro falhou naquele primeiro gol deles, mas o mais duro que foi contra.
Os deuses do futebol mudaram de lado. Sumiu Kaká, que aliás nada fez na Copa toda; Luiz Fabiano parecia não estar em campo; Robinho a coisa que mais fez foi urrar, gesticular e xingar o juiz; a defesa, a que falavam ser a melhor do torneio, parecia um barco à deriva.
Mas a cena mais triste foi reservada ao nosso Felipe Melo. Que coisa feia fez ele!, devem todos estar dizendo. Muitas vezes uma pessoa representa e enobrece um país com seus feitos, mas o Felipe nos representou sim, porém sua atitude envergonhou-nos. Bem que os europeus diziam não compreender como uma jogador daqueles, sem recursos técnicos e que só sabe dar porradas, fazia parte da seleção brasileira.
Curitiba levou mais de trinta minutos para se recuperar.
Agora começam a passar os primeiros carros com poucas bandeiras. Olho para o edifício a minha frente e não vejo mais a majestosa bandeira verde amarelo.
Estou quase acreditando que a Argentina vai mesmo ser a campeã. Nós não seremos mais. Que lástima!
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