NA ANTEVÉSPERA
Florianópolis tem um perfil de cidade diferenciada. Essencialmente
voltada para o turismo, explora a potencialidade de suas praias e se prepara,
durante um longo período, para poder receber os turistas na temporada.
Não só o poder público trabalha nesse sentido, mas o
comércio, a rede hoteleira, os restaurantes e similares e as pousadas. Essa
preparação não está apenas voltada ao bom atendimento, mas, particularmente,
objetiva oferecer um diferencial capaz de proporcionar lucros financeiros.
Esse período de preparação que antecede à temporada
caracteriza-se como um tempo de agitação interna. São reformas, novas
construções, divulgações em sites que oferecem os serviços. Famílias chegam a
disponibilizar suas residências -, passando a viver em lugares mais simples -, para obterem um lucro extra.
Também a situação financeira e política dos “hermanos”
do sul, são acompanhadas e sempre preocupam. As crises econômica e política
enfrentadas na Argentina têm cerceado um grande potencial turístico da cidade.
Aqui são sempre bem-vindos, em que pese sua irreverência e desrespeito às leis
do silêncio e do trânsito. Tolera-se em prol do dinheiro. Quando vêm, trazem
“plata” e isso é o que interessa.
Os uruguaios, também sempre presentes, parecem mais
pacíficos, modestos e familiares e têm aumentado suas presenças nas praias da
ilha.
O florianopolitano já conhece e convive com a situação
caótica que se estabelece nas temporadas. O trânsito para, o comércio eleva
seus preços e a população permanente parece compreender. Afinal é nessa época
que a cidade arrecada somas vultosas que agitam e criam problemas, mas oferecem
gordos recursos e injetam dinheiro do qual se beneficia a população toda.
Está se aproximando mais um período de “vacas gordas” e
eu -, como novo morador da ilha -, estou aqui a observar o desenrolar dos
fatos. Existe ansiedade e expectativa, comportamentos que antecedem qualquer
período de erupção.
Comentários