ANALISANDO SAÍDAS
A mudança do “curriculo do Ensino Médio” que a Secretaria da Educação está promovendo, movimenta a educação paranaense. Há os favoráveis e os contrários.
As
dificuldades encontradas esbarram na falta de horas para se colocar
todas as disciplinas que querem ministrar nas escolas. A proposta de
mudança agrada gregos (os professores de português e matemática),
porque terão mais horas de suas matérias no currículo. Desagrada
troianos (os professores ministrantes de filosofia e sociologia), que
terão essas disciplinas retiradas do currículo escolar, num
consequente desemprego.
A
educação básica atual do Brasil é ministrada apenas num turno.
Raros casos oferecem-na em tempo integral. A mudança é sempre
trabalhada dentro das horas existentes, nunca visando um aumento. E
sendo assim, não tem outra saída que não prejudicar uns para
beneficiar outros.
Os
postulantes a cargos públicos, quando de suas campanhas eleitorais,
propagam, aos quatro ventos, a instalação do “tempo integral”
na educação, mas ao chegarem ao poder, aparentemente, esquecem suas
promessas. A maioria nem sabe o que isso implicará na estrutura de
um governo.
A
verdade é que entre o prometer e o fazer, existe uma situação
muito difícil a ser solucionada: falta dinheiro ao Estado para
implantar educação em tempo integral. Teria que ser tirado
de um outro setor, (cobrir um santo e descobrir outro) que, por
certo, não aceitaria, mesmo por que muito se fala que educação é
prioridade, mas a priorização nunca é posta em prática.
Implantar
“tempo integral” implicaria quase numa duplicação de
investimentos na área da educação. Haveria dobra na contratação
de professores, dobra no desenvolvimento das atividades escolares,
(energia, papel, telefone, etc., etc.).
Assim
sendo, para ser viável o atendimento de gregos e troianos e dos
interessados que virão, é indispensável que seja implantando esse
período integral. Certamente, nem o tão propalado contraturno
resolveria o problema, muito menos a inserção dos conteúdos de
filosofia e sociologia nos textos de português e em outras
disciplinas - como é também proposto.
Hoje
os professores de português e matemática exultam e apoiam a
iniciativa (muitos pelo lado financeiro); os de sociologia e
filosofia, pelo mesmo motivo, condenam a medida.
Manter
essas disciplinas implica num gradativo aumento do senso crítico do
“brasileirinho”, mas isso pouco interessa. Impossibilitam
qualquer avanço -, na concepção dos dirigentes -, os gastos
financeiros oriundos da mudança, aliado à visão adquirida, que
poderá, com o tempo, criar situações embraçosas àqueles que
estão no poder.
Não
há outra solução que não seja “educação em tempo integral”.
Se isso ocorrer, sobrarão horas para as outras disciplinas que
ainda tentarão implantar no defasado, apertado e pobre currículo
atual.
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