OPINIÃO TEM O SEU VALOR


Dificilmente encontraremos um dono de carro que tenha levado seu veículo para revisão e saído satisfeito. Ela é um procedimento obrigatório porque é quem oferece a garantia do produto. Dessa forma, o proprietário fica obrigado a submeter-se a isso.

Para manter a garantia, estabelecem que a troca de óleo seja feita na Concessionária, prescrevem a obrigatoriedade de peças originais, exigem a mão de obra especializada deles. E o pior: as peças chegam a custar o triplo do valor encontrado no mercado e a mão de obra sempre muito além da cobrada numa oficina particular.

Se você reclama, dão as tradicionais repetidas explicações: “as peças não são originais, a mão de obra não é especializada”.

Nessa minha última revisão (20.000 quilômetros), logo ao chegar, fui informado sobre uma taxa fixa de R$ 315,20, para início de trabalho. Em seguida vieram com a relação das peças que deviam ser substituídas. Sobre elas cobravam mão de obra para efetuar a troca. Um valor “xis” por hora de trabalho.

Pensei em aproveitar essa revisão para colocar um farol de milha. Afinal, tenho viajado bastante e uma iluminação melhor sempre ajuda! Já havia consultado aquilo que eles lá da concessionária chamam de “mercado paralelo”. Sabia exatamente o valor dos faróis colocados e em funcionamento. 

Acredite, a Concessionária pedia três vezes mais do que a importância que eu havia orçado. Questionei a situação, explicando minhas tomadas de preço e então eles voltaram às explicações tradicionais: “o produto não é original, a mão de obra não oferece garantias, eles cortam o chicote da instalação elétrica, danificando todo o sistema central do carro”, etc., etc.

Confesso que fiquei me considerando um idiota por ter aceitado todas aquelas explicações e concordado com a revisão. 
Foi quando recebi uma ligação da Concessionária. Apresentou-se delicadamente. Disse ser do setor de qualidade da empresa. Uma voz bonita e macia, nome diferente. Queria saber como foi o atendimento prestado na última revisão. Respondi-lhe que somente daria minha resposta e opinião se me pagasse uma taxa. Ela não entendeu.
- Como assim? – perguntou-me surpresa.
- Moça, da mesma forma que vocês cobram para receber o meu carro, estou estipulando um valor para dar minha opinião.
- Estranho, vou levar sua idéia para a nossa gerência, é a primeira vez que isso acontece!
- Anote meu “e-mail”. Quero que mande o comprovante de recolhimento da taxa escaneado, sem o que nada de opinião. Aliás, avise também o seu gerente que retirei do meu carro aquela propaganda que emporcalha a lataria e que vocês colocaram para divulgar a Empresa. Decidi que para ficar andando com ela, vou cobrar também uma taxa.
- Uma taxa para deixar o adesivo da Concessionária no carro?
- Exatamente. Que tal R$ 30,00 mensais? Se concordarem, volto aí para recolocar é só mandar-me o comprovante do depósito. Poderemos firmar um contrato de propaganda!
- Tum... Tum... Tum.
- Acho que não concordou! – Sabidinha!

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